O Parlamento russo ratificou nesta sexta-feira (4) um acordo assinado com Cuba que anula 90% da dívida cubana com a extinta União Soviética. O montante chega a 35 bilhões de dólares (cerca de 77 bilhões de reais).
O restante, cerca de 3,5 bilhões de dólares, deverá ser pago ao longo de dez anos, mas o documento prevê que os recursos serão reinvestidos na ilha. Ou seja, significa que não há necessidade de pagamento da parte da ditadura de Cuba, é quase uma doação.
Os dois países tiveram estreitas relações durante a Guerra Fria, e o regime cubano nunca se recuperou totalmente da perda da ajuda financeira decorrente do desmoronamento da União Soviética. O perdão acontece no momento em que a Rússia está isolada diplomaticamente por causa do seu envolvimento no conflito da Ucrânia e a anexação da Crimeia.
Havana, agradecida pelo gesto russo, já se manifestou a favor da Rússia na questão ucraniana. Nos últimos anos, Rússia e Cuba ensaiaram uma reaproximação após o distanciamento verificado desde a desintegração do bloco soviético, em 1991.
Depois de ser durante três décadas o principal parceiro comercial da ilha, Moscou passou para a atual nona posição, muito atrás de Venezuela, China e Espanha, os três primeiros. Para reforçar ainda mais a aproximação, Vladimir Putin tem uma visita a Havana agendada para os próximos dias, quando deve se reunir com os irmãos Raúl e Fidel Castro.