Parlamento da UE quer regulamentos mais rigorosos sobre comércio de armas

14/06/2012 13:00 Atualizado: 14/06/2012 13:00

Um funcionário coloca um rifle num mostruário da Exposição Internacional de Equipamentos e Sistemas de Defesa em 12 de setembro de 2005 em Londres. A exposição apresenta nova tecnologia para uso militar e civil. (Peter Macdiarmid/Getty Images)O Parlamento Europeu aprovou uma resolução na quarta-feira pedindo aos Estados-membros das Nações Unidas para divulgarem publicamente todos os acordos comerciais de armas, incluindo relatórios sobre armas e armamentos de pequeno porte.

A resolução estipula que os membros da ONU que assinaram o Tratado de Comércio de Armas (TCA), que será negociado em julho em Nova York, devem divulgar seus negócios internacionais de armas.

Representando cerca de 30% das exportações de armas, os Estados-membros da União Europeia “deveriam fazer mais para assegurar que o comércio seja devidamente regulamentado e mais transparente”, afirma um comunicado do Parlamento, acrescentando que, “mal regulamentado, o comércio de armas provoca sofrimento humano desnecessário e alimenta conflitos armados”.

O TCA das Nações Unidas deve abranger o “mais amplo espectro possível de armas convencionais, incluindo armas e armamentos de pequeno porte e todos os aspectos e atividades do comércio”, demandaram os parlamentares da UE.

O tratado não interferirá com a venda doméstica de armas a civis dentro do país de um Estado-membro. A resolução recebeu sim de 612 membros, enquanto 18 votaram contra e 36 se abstiveram.

A Anistia Internacional disse num relatório de dois dias atrás que a regulamentação do comércio de armas mal feita resulta em dezenas de mortes, lesões, tortura e outros abusos. O grupo de direitos humanos baseado em Londres disse que mais de um milhão de pessoas são afetadas por tal comércio a cada ano.

“Estamos pedindo aos governos, especialmente aos ‘Seis Grandes’ exportadores de armas, para rejeitarem a abordagem do ‘saco de corpos’, em que só recorrerem à imposição de um embargo de armas da ONU depois que uma catástrofe de direitos humanos já envolveu uma população”, disse Brian Wood, especialista em armas do grupo de direitos humanos, referindo-se à China, Rússia, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido.