Parem tortura de praticantes do Falun Gong presos, diz Anistia Internacional

27/08/2012 19:50 Atualizado: 27/08/2012 19:50
Qin Hailong antes de sua prisão. Ela foi espancada com bastões elétricos enquanto estava sob custódia, segundo a Anistia Internacional. (The Epoch Times)

Duas praticantes do Falun Gong têm sido torturadas enquanto permanecem detidas num campo de trabalhos forçados na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, segundo uma ação urgente emitida pela Anistia Internacional nesta quinta-feira.

O Falun Gong é uma prática espiritual que tem sido perseguida pelo regime chinês desde 1999.

Wang Xiuqing e sua filha Qin Hailong foram condenadas sem julgamento a 18 meses de trabalho forçado em novembro do ano passado. Elas foram presas depois de tentarem obter reparação legal pela morte de Qin Yueming, o marido e pai das duas respectivamente, que morreu em fevereiro de 2011, depois de passar quase uma década na prisão de Jiamusi, no nordeste da China.

O corpo de Qin Yueming estava coberto de hematomas, levando a família a acreditar que ele foi torturado até a morte. Mas a prisão afirmou que Qin Yueming morreu de um ataque cardíaco e se recusaram a fornecer as imagens da câmera de vigilância que o filmava antes de morrer.

Wang Xiuqing e suas duas filhas, Qin Rongqian e Qin Hailong, conversaram com as autoridades exigindo uma investigação sobre a morte de Qin Yueming, mas foram repetidamente rejeitadas. Em maio deste ano, Qin Rongqian circulou uma petição pedindo às autoridades que investigassem a morte de seu pai e libertassem sua mãe e a irmã da prisão. A petição reuniu 15.000 assinaturas e impressões digitais de moradores da província de Heilongjiang.

Segundo a Anistia Internacional, que baseou seu relatório em testemunhos de ex-detentos do Campo de Trabalho de Qianjin, tanto Wang Xiuqing como Qin Hailong têm enfrentado tortura. Após Qin Rongqian visitar sua irmã em 3 de agosto, Qin Hailong foi espancada com cassetetes elétricos, socos e pontapés e jogada ao chão. A tortura continuou até 17 de agosto. Wang Xiuqing disse à Anistia Internacional que Qin Hailong foi torturada porque se recusou a assinar um documento de renúncia a sua fé. Huo Shuping e Wu Baoyun, a chefe e vice-chefe da Brigada Número Dois do campo de trabalho, estiveram ativamente envolvidos nos maus-tratos, disse Qin Hailong à irmã.

Em 18 de agosto, Qin Rongqian visitou o campo para ver a mãe e a irmã. Funcionários inicialmente se recusaram a deixá-la ver sua irmã Qin Hailong, mas acabaram permitindo após Qin Rongqian persistir. Qin Rongqian disse que viu cicatrizes e feridas no corpo do Qin Hailong provocadas pelos choques elétricos. Qin Hailong também tinha dificuldade para andar e ficar de pé e durante todo o tempo mantinha o braço na área da cintura como se sentisse dor constante.

A Anistia Internacional pediu que indivíduos contatassem as autoridades chinesas para libertarem Wang Xiuqing e Qin Hailong e para que garantissem que não serão torturadas enquanto estiverem no campo de trabalhos forçados.