Parem as autoimolações, dizem líderes tibetanos no exílio

30/09/2012 08:36 Atualizado: 30/09/2012 23:36
Representantes tibetanos participam na 2ª Reunião Geral Extraordinária de Tibetanos em Dharamsala em 25 de setembro de 2012. (Manjunath Kiran/AFP/Getty Images)

Após mais de 50 autoimolações no Tibete em manifestação contra o brutal governo chinês, os líderes tibetanos exilados disseram na sexta-feira que a prática precisa parar e formas não-violentas de protesto devem ser adotadas em seu lugar.

Os exilados se encontraram na cidade de Dharamsala, no Norte da Índia, por quatro dias e na conclusão do encontro na sexta-feira pediram aos conterrâneos tibetanos na China para acabarem com as autoimolações. Muitos das dezenas que se puseram em fogo desde março de 2009 eram jovens monges e monjas tibetanos da província de Sichuan e da Região Autônoma do Tibete vizinha.

“A reunião expressou grave preocupação sobre as trágicas autoimolações dos tibetanos e pediu que os tibetanos no Tibete não tomassem medidas drásticas”, diz um comunicado da Administração Central Tibetana no exílio.

O primeiro-ministro Lobsang Sangay disse que a prática é contra o compromisso do movimento de não-violência contra o regime chinês, mas afirmou que isso ainda destaca a grave situação que muitos tibetanos enfrentam na China.

“Nós, os tibetanos, temos uma população pequena e cada vida é preciosa”, disse Penpa Tsering, um porta-voz do parlamento tibetano no exílio, à Associated Press. Pelo menos 41 tibetanos morreram em autoimolações.

Mas simultaneamente, o regime chinês precisa parar sua política linha-dura que ataca os tibetanos e deve assumir a responsabilidade pela deterioração da situação no futuro, incluindo a destruição da religião, cultura e língua tibetanas, disseram os exilados tibetanos.

Nos últimos meses, as autoridades chinesas têm aumentado sua repressão nas áreas tibetanas, chegando ao ponto de cortar a eletricidade e as telecomunicações para prevenir a disseminação de informações sobre as autoimolações. No mês passado, um residente na capital tibetana de Lhasa descreveu a cidade à Rádio Free Asia como uma “grande prisão”, com uma multidão de forças de segurança chinesas em todos os lugares, pontos de verificação e escâneres corporais.

Alguns tibetanos também foram espancados ou receberam longas penas de prisão, incluindo um monge proeminente que recebeu sete anos por divulgar informações sobre as autoimolações. No início deste mês, foi relatado que uma jovem tibetana de 17 anos foi espancada pelas autoridades chinesas e condenada a três anos de prisão por distribuir panfletos.

A Administração Central Tibetana “se comprometeu a fazer maiores esforços para obter apoio global e satisfazer os desejos dos tibetanos no Tibete” para permitir “a restauração da liberdade”, diz a declaração.

Uma forma que a Administração planeja tentar isso é ganhando o apoio da comunidade internacional e retomando o diálogo entre tibetanos e o regime chinês.

Essas conversas, disse o comunicado, “pararam devido à falta de resposta positiva do governo chinês, resultando na resignação dos enviados tibetanos”.

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