O representante permanente do Paraguai na Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador José Antonio dos Santos, disse, na Assembleia Geral da instituição, que a condição de país sem litoral traz consequências negativas para o acesso a mercados mundiais e prejudica seu desenvolvimento. Segundo Santos, essa é uma questão fundamental na política externa do Paraguai e necessita de tratamento especial.
“As assimetrias e desvantagens que tal situação geográfica gera só se verão compensadas com o reconhecimento internacional da concessão de um tratamento especial e diferenciado na inserção do país no mundo globalizado”, defendeu o embaixador nessa terça-feira (30).
Em seu discurso, Santos explicou que, devido às restrições de livre trânsito desses países e ao fato de não receberem tratamento diferenciado, o Paraguai e outros 30 Estados em condições semelhantes têm dificuldades de acessar mercados internacionais. O Paraguai faz fronteira com Brasil, a Bolívia e Argentina. A Leste, O Brasil é o país de trânsito para se chegar ao Atlântico. A Oeste, a Bolívia e Argentina são caminhos para se chegar ao Chile e ter acesso ao Pacífico.
Em novembro, será realizada a 2ª Conferência da ONU sobre Países em Desenvolvimento sem Litoral Marítimo, quando deve ser aprovado um novo plano de ação. Para o representante paraguaio, o programa se constituirá marco de cooperação “mutuamente enriquecedor”, entre esses países e os de trânsito, garantindo o acesso de suas produções aos mercados internacionais. Na América do Sul, além do Paraguai, apenas a Bolívia não tem saída para o mar.