Um ateu e um monge iniciaram uma conversa sobre crer:
Monge: Senhor, nesse mundo quais são as coisas que você geralmente não acredita?
Ateu: Eu acredito que para crer é preciso ver, se eu não vejo, eu não creio.
Monge: Oh, você é honesto… a cem metros de onde estamos há um grande palácio que está decorado com plantas e ouro, você observou que quando chega à noite, a escuridão cobre seus olhos, e você já não vê o palácio, quer dizer que o grande palácio deixou de existir?
Ateu: É claro que existe, simplesmente foi encoberto pela escuridão.
Monge: Então, o que é a escuridão?
Ateu: Bom…
Monge: De noite você acredita na escuridão e de dia acredita na luz, correto?
Ateu: Sim.
Monge: Senhor, de fato, seja na escuridão da noite ou na luz do dia, o grande palácio está ali e nunca se move. Isso é como todas as coisas no universo, elas estão justamente na sua frente, simplesmente os seus conceitos e sabedoria estão encobertos pela escuridão da sua mente e o impedem de ver a verdade.
Ateu: (Juntando as palmas das mãos em sinal de respeito.) Por favor, explique-me um pouco mais, venerável monge.
Monge: Todas as coisas que confundem o seu coração são como a escuridão sem os limites da noite. As milhares de coisas do universo são tão numerosas como os grãos de areia do rio Ganges, vendo-as ou não, sentindo-as ou não, elas estão todas ali, mas não se pode buscar vê-las.
Se você está sentado no fundo do poço buscando o céu, você deve escalar até a luz para conseguir ver, será uma difícil subida. Em outras palavras, para poder ver as belezas do universo você deve elevar seu caráter moral, eliminar seus maus pensamentos e suportar algum sofrimento e dificuldade… Assim não existirá mais a questão de ver ou não ver, pois gradualmente elas se revelarão a você.
É preciso crer para ver!
Este artigo pertence à série ‘Histórias da antiga China’. Para para ler outros artigos da série, clique aqui