Para presos em campos de trabalho chineses, fechamento é má notícia

20/11/2013 09:30 Atualizado: 20/11/2013 09:30

Para muitos prisioneiros de consciência na China, o anúncio de fechamento dos campos de trabalho significa sair da frigideira para ir para o fogo.

O anúncio sobre abolir o chamado “sistema de reeducação pelo trabalho” foi feito na esteira da reunião recém-concluída da liderança do Partido Comunista Chinês (PCC), a 3ª Sessão Plenária do 18º Comitê Central. Isso foi reportado como se fosse notícia fresca, mas na verdade a decisão foi tomada e os fechamentos começaram meses atrás.

A notícia também tem sido saudada como um sinal de reforma da nova liderança chinesa, mas de fato é apenas uma fachada. Muitos dos detidos não serão libertados, mas transferidos para outras instalações, onde há ainda menos regulação e supervisão, como as prisões negras e os centros de lavagem cerebral.

Concretamente, isso significa que os guardas nas novas instalações têm luz verde para o abuso e a tortura com menos restrições – o que não é um sinal de progresso para os prisioneiros de consciência, nem para a China sob o regime comunista.

Os praticantes do Falun Gong formam o maior grupo de prisioneiros de consciência na China. O Centro de Informações do Falun Dafa informou em outubro que “sequestros e tortura de praticantes do Falun Gong na China continuam diária e inabalavelmente, apesar do fechamento de alguns campos de trabalho forçado nos últimos meses”.

A recente campanha, não comentada pela imprensa estrangeira, é chamada “Batalha Final” para fazer lavagem cerebral em milhões de praticantes do Falun Gong em toda a China. Os últimos anúncios do PCC fazem um grande show sobre o movimento pela reforma, mas uma reforma real começaria com atitudes concretas libertando-se todos os prisioneiros de consciência do regime chinês.