Paquistanesa deportada do Canadá corre risco de ser apedrejada até à morte

18/09/2014 08:00 Atualizado: 17/09/2014 22:25

O Canadá deportou nesta terça-feira (16) uma paquistanesa de 65 anos para o seu país de origem, depois de a mulher ter estado refugiada desde 2007. Jamila Bibi é acusada no Paquistão de “crime de honra” e, por isso, corre o risco de ser apedrejada até à morte.

Jamila viu-se obrigada a fugir do seu país após a denúncia do marido, que a acusava de adultério e ameaçou apedrejá-la pela “honra da família” – ato comum naquele país. A paquistanesa conseguiu fugir ao seu triste destino e refugiou-se em Saskatoon no Canadá, onde trabalhava como cozinheira.

O pedido de refúgio de Jamila foi negado em 2011 pelas autoridades canadenses e, apesar das tentativas, o tribunal rejeitou na segunda-feira o último recurso legal apresentado para que pudesse manter-se no Canadá. O juiz afirma que sua decisão decorre do fato de Jamila não ter “convencido” que sofreria um “dano irreparável por ser deportada para o Paquistão”.

Desde 2013 o Departamento de Direitos Humanos das Nações Unidas começou a investigar o caso, a pedido do advogado de Jamila. Organizações de Direitos Humanos afirmam que centenas de pessoas são assassinadas por “crimes de honra” todos os anos no Paquistão, sendo que a maioria são mulheres.

A Anistia Internacional já criticou publicamente o governo de Stephen Harper por não ter evitado a deportação da mulher.

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