No segundo dia de sua visita à Turquia, o papa Francisco visitou a Mesquita Azul de Istambul, sinal de sua vontade de promover o diálogo entre as religiões em um país muçulmano que tem fronteira com Iraque e Síria.
Francisco meditou durante dois minutos, com os olhos fechados e as mãos unidas, ao lado do grande mufti de Istambul, Rahmi Yaran.
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“Foi um bonito momento de diálogo inter-religioso”, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. “Aconteceu o mesmo há oito anos com Bento”.
Em 2006, o papa Joseph Ratzinger fez um gesto de reconciliação inédito, uma “meditação” voltada para Meca, três meses depois de ter pronunciado um discurso polêmico, que parecia associar o Islã e a violência.
Francisco, que trocou neste sábado (29) o carro blindado que usou em Ancara na sexta-feira por um veículo comum, seguiu pouco depois para a basílica de Santa Sofia para uma rápida visita.
Essa igreja bizantina, visitada a cada ano por milhões de turistas, foi transformada em mesquita após a tomada de Constantinopla pelo Império Otomano em 1453, mas virou um museu em 1934 por decisão do fundador da Turquia moderna e laica, Mustafa Kemal Atatürk. O futuro de Santa Sofia ainda provoca tensões entre cristãos e muçulmanos.
Ainda neste sábado, o papa Francisco e o patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I, rezaram na Igreja Patriarcal de São Jorge de Istambul uma oração conjunta na qual desejaram a unificação de suas respectivas igrejas e a dos cristãos.
A celebração ecumênica foi aberta por Bartolomeu I como “um evento histórico e cheio de bons auspícios para o futuro”, na catedral ortodoxa, sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
O patriarca Bartolomeu I é considerado um “primus inter pares” com relação aos outros patriarcas da ortodoxia, que tem cerca de 300 milhões de fiéis no mundo todo, embora estejam presentes essencialmente nas partes oriental e do norte da Europa, no litoral nordeste do Mediterrâneo e no Oriente Médio.