Países em desenvolvimento pagam preço alto por pesticidas

10/09/2012 14:42 Atualizado: 10/09/2012 20:59
Um homem borrifa pesticida em uma plantação de abacaxi, perto da cidade marfinense de Aboisso. Um novo relatório das Nações Unidas adverte que a saúde humana e do meio ambiente estão em risco devido ao uso excessivo de pesticidas e outros produtos químicos. (Issouf Sanogo/AFP/Getty Images)

O uso intenso de agrotóxicos e produtos químicos nos países em desenvolvimento está cobrando uma taxa à saúde das pessoas e ao meio ambiente, de acordo com um novo relatório da Organização das Nações Unidas.

Entre 2005 e 2020, os custos totais relacionados a ferimentos e doenças causadas por agrotóxicos podem chegar a 90 bilhões apenas na África sub-saariana, onde o problema é particularmente grave, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) adverte.

Em seu relatório publicado no dia 5, a agência disse que “a economia mundial está gerando quantidades crescentes de resíduos perigosos em países que não dispõem de sistemas e recursos para a sua gestão adequada”, colocando cada vez mais pessoas e o meio ambiente em risco.

O PNUMA diz que apenas uma pequena parte dos mais de 140.000 pesticidas e outros produtos químicos em uso hoje foram avaliados por seus efeitos à saúde e ao meio ambiente. Ao mesmo tempo, as vendas globais de produtos químicos vai aumentar em 3% a cada ano até 2050.

O PNUMA pediu aos governos para tentar recuperar o atraso para atingir a meta que foi estabelecida em 2002 para produzir e usar produtos químicos de forma a minimizar os impactos negativos.

“Comunidades em todo o mundo – particularmente em países emergentes ou em desenvolvimento  – estão cada vez mais dependentes de produtos químicos, indo de fertilizantes e petroquímicos a eletrônicos e plásticos, para o desenvolvimento econômico e melhora dos meios de subsistência”, disse o chefe da UNEP, Achim Steiner, em um comunicado.

No entanto, muitos países não têm garantias para lidar com esses produtos químicos ou resíduos perigosos de forma segura.

Embora os países ocidentais sejam os produtores mundiais mais proeminentes de produtos químicos, nações como China, Índia e Brasil estão aumentando sua produção rapidamente.

Mais de um milhão de pessoas morrem de envenenamento por produtos químicos industriais e agrícolas a cada ano, consta no relatório.

“Os ganhos que produtos químicos podem fornecer não devem vir em detrimento da saúde humana e do meio ambiente”, acrescentou Steiner.

Apesar dos riscos descritos no relatório, em muitos países, os custos da poluição da água, envenenamento por pesticidas e resíduos tóxicos não estão sendo adequadamente fixados pelos fabricantes e indústrias relacionadas, disse a ONU.

Se forem tomadas medidas para conter o uso intenso de produtos químicos potencialmente perigosos, poderá gerar uma nova indústria e trabalhos relevantes.

“Isso pode estimular a criação de muitos trabalhos verdes, decentes e saudáveis e meios de subsistência para os países desenvolvidos e em desenvolvimento”, disse Maria Neira, diretora de meio ambiente da Organização Mundial de Saúde, em um comunicado.

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