Japão também caiu significativamente
Países onde protestos da Primavera Árabes antes ofereciam esperança de um futuro melhor, como o Egito, Bahrein, Líbia, Síria e Tunísia, foram todos avaliados significativamente piores em comparação ao ano anterior no Índice de Estado Falho (FSI) anual publicado na segunda-feira pelo ‘Fundo para a Paz’ baseado em Washington DC.
O declínio da Líbia foi o “mais notável” e estabeleceu um novo recorde para um aumento em um ano na pontuação do índice, subindo 16,2 pontos, em que quanto maior a pontuação menos estável o Estado. O recorde anterior era do Líbano entre 2006 e 2007, que subiu 11,9 pontos por causa da guerra com Israel.
O ‘Fundo para a Paz’ observa que a posição da Líbia foi afetada pela guerra civil, mas o país se recuperou um pouco no final do ano depois que o general Moammar Gadhafi foi morto e o Conselho Nacional de Transição assumiu. Caso contrário, a mudança teria sido pior.
O FSI classifica 178 países, utilizando 12 indicadores sociais, econômicos e políticos, além de 100 sub-indicadores, dos fatores que colocam pressão sobre o Estado. São considerados o desenvolvimento desigual, os direitos humanos, as queixas do grupo social, o número de refugiados ou deslocados internos e a intervenção externa. Uma pontuação alta indica alta pressão sobre o Estado, traduzindo maior risco de instabilidade. Países também são classificados com os Estados menos estáveis no topo da classificação.
Provavelmente a maior surpresa na categoria de Estado em declínio foi o Japão, subindo 12,5 pontos no índice, e estabelecendo o recorde como segunda maior variação do FSI em seus oito anos de relatórios.
Apesar de ter um dos mais altos índices de desenvolvimento humano e o terceiro maior produto interno bruto nominal do mundo, a qualificação pobre do Japão foi devido ao caos gerado pelo tsunami e a crise nuclear de março de 2011.
O Japão foi obrigado a declarar Estado de emergência no Nordeste enquanto centenas de milhares de pessoas foram deslocadas, para não mencionar a perda de vida e as dificuldades econômicas. A calamidade se tornou o mais caro desastre natural da história, atingindo 200 bilhões de dólares.
“O quase recorde do Japão na piora do FSI demonstra como são suscetíveis de choques repentinos mesmo as mais estáveis das nações”, disse o Fundo para a Paz.
A Somália, o Congo e o Sudão foram apelidados de os três principais Estados falhos. Sem um governo central desde 1991 e sofrendo com o terrorismo, a insurgência militante e a pirataria, a Somália tem ocupado a duvidosa honra de ser o país mais instável por quatro anos consecutivos.
A Grécia também decaiu em meio ao agravamento da crise econômica enquanto a liderança do país tem se esforçado para garantir um resgate da zona do euro. A Grécia se saiu mal em fatores como a baixa confiança no Estado e na capacidade enfraquecida do governo de prestar serviço ao público.
A maioria dos 20 países principais do índice está principalmente na África, mas o Afeganistão e o Iraque, dois Estados onde houve intervenção militar norte-americana, bem como o Haiti, ainda se recuperando do devastador terremoto há dois anos, também ficaram no topo da lista.
No extremo oposto do espectro, os países escandinavos, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega foram considerados os mais estáveis do mundo juntamente com a Suíça.
Os Estados Unidos perderam algum terreno em 2011 e agora ocupam a posição 159º de 177 Estados, apenas uma posição melhor do que o Reino Unido (158º), mas não são considerados tão estáveis como a França e a Alemanha que ficaram em 162º e 164º, respectivamente.
Na América do Sul, o Brasil manteve-se em 123º, Uruguai em 154º, Chile em 151º, Argentina em 145º, Paraguai em 107º, Suriname em 105º, Guiana em 104º, Peru em 99º, Venezuela em 80º, Equador em 67º, Bolívia em 62º, Colômbia em 52º.
O Fundo para a Paz diz que um país com instituições governamentais fortes e estáveis , baseado no Estado de Direito e na democracia é considerado estável. O Fundo para a Paz compila seu índice a partir de estatísticas compiladas por várias fontes, incluindo as Nações Unidas e o Banco Mundial, além de organizações não-governamentais como a Freedom House e a Transparência Internacional, e fontes comerciais, como o ‘The Economist Intelligence Unit’.