Uma batalha acirrada tem emergido em Hong Kong em relação ao número limitado de vagas nas escolas primárias privadas, enquanto mais e mais pais da China continental optam por enviar os filhos para lá ao invés das escolas estatais. A motivação principal: os pais não querem que os filhos sejam expostos à educação nacional do regime chinês.
Um grande número de pais e filhos está competindo por um pequeno número de vagas e, como resultado, muitas escolas tornaram seus requisitos mais rigorosos. As crianças têm de responder a perguntas de entrevista cada vez mais difíceis e algumas escolas inesperadamente mudam o prazo de inscrição para vários meses mais cedo, pegando os pais de surpresa.
Especialistas em treinamento para entrevistas ajudam os pais a se prepararem para as entrevistas e criam currículos para os filhos.
Uma mãe chamada Sra. Chan descreveu a dificuldade de matricular o filho de cinco anos numa escola particular. Numa das escolas que ela foi, todos tinham de apresentar seus formulários no mesmo dia, o que resultou num terrível engarrafamento e numa fila de espera de duas horas.
Em outra escola, comentou a Sra. Chan, houve 5.300 pedidos no ano passado para 165 vagas, ou seja, 32 candidatos lutando por cada posição. Ela explicou que os pais não querem que suas crianças sejam submetidas a “educação nacional de lavagem cerebral” nas escolas públicas. “Esse tipo de escola [privada] tem mais autonomia e maior resistência à educação nacional”, disse ela ao Epoch Times. “Eu fico mais confortável sabendo que mais filhos atendem este tipo de escola.”
Outro pai reclamou que, durante a entrevista, o filho recebeu perguntas difíceis sobre líderes políticos. Eles foram avisados que isso era esperado, então, ele fez o filho estudar antecipadamente, contou ele ao Epoch Times. No entanto, quando o entrevistador perguntou a seu filho para identificar Henry Tang Ying-yen, Xi Jinping e Ma Ying-jeou a partir de fotos, a criança ficou espantada, relatou o pai.
“Para evitar má influência, nossa família não o deixa assistir TV, então ele não pode reconhecer essas figuras políticas”, disse o pai ao Epoch Times. “Agora, eles estão questionando sobre líderes políticos. O que aconteceu com a inocência das crianças?”
Mais de 2 mil participaram nas reuniões prévias aos pais na Divisão Primária da Escola Diocesana Masculina em 7 de setembro e alguns ficaram de pé na fila durante a noite. Especialistas em treinamento para entrevistas entregavam panfletos na porta.
O diretor da escola, o Sr. Ronnie Cheng Kay-yen, fez um discurso sobre as chaves para o sucesso nas entrevistas, dizendo que as crianças devem ser naturais e sinceras. Cada entrevista durou uma hora e, na segunda parte, as crianças tiveram de enfrentar o entrevistador sozinhas.
Numa reunião prévia, alguns pais abordaram a preocupação de que seus filhos possam receber educação nacional, mesmo numa escola particular, porque a escola faz passeios de intercâmbio na China continental. Os funcionários da escola responderam que esses passeios são principalmente para aprender sobre a história e a cultura chinesas.
No entanto, o Sr. James Hon, presidente do Conselho de Conduta Profissional em Educação, que já aderiu a uma greve de fome em protesto contra a educação nacional, lembrou aos pais que prestem atenção nos detalhes dos passeios de intercâmbio ao continente: “Se houver alguma parte avermelhada, os pais podem retirar o filho da atividade.”