Pais de Hong Kong lutam por vagas em escolas privadas

20/09/2013 14:00 Atualizado: 20/09/2013 14:00
Enquanto pais da China continental cada vez mais optam por enviar os filhos para escolas privadas em Hong Kong, os pais locais têm de lutar por vagas gradualmente reduzidas (Epoch Times)
Enquanto pais da China continental cada vez mais optam por enviar os filhos para escolas privadas em Hong Kong, os pais locais têm de lutar por vagas gradualmente reduzidas (Epoch Times)

Uma batalha acirrada tem emergido em Hong Kong em relação ao número limitado de vagas nas escolas primárias privadas, enquanto mais e mais pais da China continental optam por enviar os filhos para lá ao invés das escolas estatais. A motivação principal: os pais não querem que os filhos sejam expostos à educação nacional do regime chinês.

Um grande número de pais e filhos está competindo por um pequeno número de vagas e, como resultado, muitas escolas tornaram seus requisitos mais rigorosos. As crianças têm de responder a perguntas de entrevista cada vez mais difíceis e algumas escolas inesperadamente mudam o prazo de inscrição para vários meses mais cedo, pegando os pais de surpresa.

Especialistas em treinamento para entrevistas ajudam os pais a se prepararem para as entrevistas e criam currículos para os filhos.

Uma mãe chamada Sra. Chan descreveu a dificuldade de matricular o filho de cinco anos numa escola particular. Numa das escolas que ela foi, todos tinham de apresentar seus formulários no mesmo dia, o que resultou num terrível engarrafamento e numa fila de espera de duas horas.

Em outra escola, comentou a Sra. Chan, houve 5.300 pedidos no ano passado para 165 vagas, ou seja, 32 candidatos lutando por cada posição. Ela explicou que os pais não querem que suas crianças sejam submetidas a “educação nacional de lavagem cerebral” nas escolas públicas. “Esse tipo de escola [privada] tem mais autonomia e maior resistência à educação nacional”, disse ela ao Epoch Times. “Eu fico mais confortável sabendo que mais filhos atendem este tipo de escola.”

Outro pai reclamou que, durante a entrevista, o filho recebeu perguntas difíceis sobre líderes políticos. Eles foram avisados que isso era esperado, então, ele fez o filho estudar antecipadamente, contou ele ao Epoch Times. No entanto, quando o entrevistador perguntou a seu filho para identificar Henry Tang Ying-yen, Xi Jinping e Ma Ying-jeou a partir de fotos, a criança ficou espantada, relatou o pai.

“Para evitar má influência, nossa família não o deixa assistir TV, então ele não pode reconhecer essas figuras políticas”, disse o pai ao Epoch Times. “Agora, eles estão questionando sobre líderes políticos. O que aconteceu com a inocência das crianças?”

Mais de 2 mil participaram nas reuniões prévias aos pais na Divisão Primária da Escola Diocesana Masculina em 7 de setembro e alguns ficaram de pé na fila durante a noite. Especialistas em treinamento para entrevistas entregavam panfletos na porta.

O diretor da escola, o Sr. Ronnie Cheng Kay-yen, fez um discurso sobre as chaves para o sucesso nas entrevistas, dizendo que as crianças devem ser naturais e sinceras. Cada entrevista durou uma hora e, na segunda parte, as crianças tiveram de enfrentar o entrevistador sozinhas.

Numa reunião prévia, alguns pais abordaram a preocupação de que seus filhos possam receber educação nacional, mesmo numa escola particular, porque a escola faz passeios de intercâmbio na China continental. Os funcionários da escola responderam que esses passeios são principalmente para aprender sobre a história e a cultura chinesas.

No entanto, o Sr. James Hon, presidente do Conselho de Conduta Profissional em Educação, que já aderiu a uma greve de fome em protesto contra a educação nacional, lembrou aos pais que prestem atenção nos detalhes dos passeios de intercâmbio ao continente: “Se houver alguma parte avermelhada, os pais podem retirar o filho da atividade.”