Uma menina na cidade de Tianjin, no Norte da China, foi encontrada morta em seu ônibus escolar. Segundo a polícia, a pré-escolar morreu de “desidratação por alta temperatura” depois de ser deixada acidentalmente dentro do ônibus por um dia inteiro por seus professores. Mas seus pais dizem que ela morreu de abuso sexual e que a polícia está encobrindo o crime.
Na manhã do dia 29 de agosto, Jinjin, de 3 anos, pegou seu ônibus da creche enquanto acompanhada dos pais. Às 16h do mesmo dia, a mãe de Jinjin recebeu um telefonema da escola dizendo que Jinjin estava doente e sendo tratada num hospital. Quando a família se preparava para correr para o hospital, o jardim de infância ligou novamente dizendo que Jinjin tinha morrido.
“Eles não me disseram como ela morreu, apenas me perguntaram se eu queria resolver a questão privadamente ou no tribunal”, disse Xu Weisheng, o pai de Jinjin, ao Youth Times. Depois de recusar a sugestão da creche de um acordo privado, os pais foram ver o corpo da filha no hospital às 17h.
Eles disseram que ficaram chocados com o que viram. O corpo dela estava nu, exceto pela calcinha que estava virada do avesso. Ela estava coberta com as roupas de outra pessoa. Havia hematomas por todo o corpo, bem como em seu rosto. Também havia sete ou oito furos em seu peito e sangue em seus órgãos genitais sugerindo que ela foi violentada.
O corpo foi enviado para o Centro Forense de Tianjin às 18h do mesmo dia e a polícia local iniciou uma investigação.
“A polícia disse que minha filha morreu por asfixia no ônibus. Isso está fora de questão”, disse Xu ao Youth Times.
Após relatos de morte da menina serem publicados no Weibo, a maior website de microblogue da China, muitas pessoas expressaram raiva.
Li Hui, o presidente do Grupo de Mídia Yibaihao, uma pequena empresa privada em Tianjin, iniciou uma investigação própria para ajudar os pais desesperados. Em 16 de setembro, Li Hui encontrou-se com os pais de Jinjin e postou suas descobertas em seu blogue no Weibo. Li Hui disse que no dia da morte da criança, o motorista do ônibus disse aos pais, “Sua filha é uma boa menina, muito bonita.”
Segundo a polícia, Jinjin tomou o ônibus escolar que chegou à creche às 8h30, mas foi deixada sozinha no ônibus. Apenas em torno das 15h, durante uma contagem na escola, a professora notou que Jinjin estava faltando. Foi quando a professora descobriu o corpo da criança no ônibus escolar.
A temperatura ao ar livre naquele dia era de 32º graus e a morte de Jinjin teria sido causada por insolação por ter ficado fechada dentro do ônibus por sete horas com as janelas totalmente fechadas, segundo a polícia.
O pai de Jinjin julgou a versão da polícia inaceitável. Ele disse a Li Hui que havia 19 crianças, um motorista e duas professoras no ônibus escolar, o que torna improvável que Jinjin tenha sido deixada sozinha no ônibus.
Ele também disse que o relatório da autópsia confirmou um “hímen partido de 4-5 cm”. Além disso, a polícia disse que o motorista do ônibus escolar confessou ter “assaltado indecentemente” a menina, mas que foi “simplesmente um toque” e que não poderia ter sido a causa direta de sua morte.
O Youth Times disse que contatou a Secretaria de Segurança Pública de Tianjin do distrito de Xiqing. Um Sr. Sun, o diretor-adjunto, afirmou que o caso tinha sido resolvido e quatro suspeitos, incluindo o motorista do ônibus escolar, o diretor da creche e dois monitores de ônibus foram presos sob acusações criminais.
Mas as acusações não parecem incluir abuso sexual. Quando perguntado sobre as feridas no corpo de Jinjin, Sun disse que a pele de uma criança é frágil e sensível e fica facilmente “queimada pelo sol”.
O corpo de Jinjin permanece no hospital local. Sua família disse que não está disposta a assinar um relatório de autópsia ou ter o corpo cremado antes que essas inconsistências sejam resolvidas e contrataram um advogado.
Um artigo da Voz da China disse, “Nós achamos que a pequena Jinjin morreu de forma desconhecida, pois há vários problemas nesse caso. Em vez de chegar a uma conclusão precipitada, espera-se que a polícia retome novamente este caso e o investigue, para obter explicações honestas e justas que confortem os pais e a memória da criança.”
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