O pai de um estudante que foi morto no massacre da Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em 1989 foi encontrado morto recentemente, tendo cometido suicídio em protesto contra as autoridades comunistas chinesas.
Zha Weilin, pai do estudante Zha Aiguo, um manifestante de Tiananmen, enforcou-se no sábado, 26 de maio. O teor de sua nota de suicídio, informada online, era que ele queria usar sua morte como um protesto final contra o regime comunista por não reabilitar a morte de seu filho há 20 anos.
Zha Aiguo, o segundo filho de Zha Weilin, tinha 22 anos quando foi baleado e morto no massacre de 4 de junho. Milhares de estudantes e cidadãos chineses comuns se reuniram na Praça da Paz Celestial e em outros lugares em Pequim para protestar contra a corrupção e apoiar a reforma democrática.
Após a morte de seu filho, Zha Weilin e sua esposa participaram de atividades realizadas pelas “Mães de Tiananmen”, um grupo informal que protesta pela reparação das mortes de seus filhos e filhas no massacre. O casal foi sujeito a intimidações da polícia e vigiado por anos por causa de suas atividades de protesto.
Zha Weilin, o pai, saiu de casa em 25 de maio. Seu corpo foi descoberto na tarde seguinte. A polícia isolou a cena, removeu a nota de suicídio, e dois dias depois cremou o corpo.
O Apple Daily, um jornal de Hong Kong, fez um relato dos últimos dias de Zha Weilin, recontado por sua viúva Zhang Zhenxia. Às 10 horas, antes dele sair de casa, ele disse, “Zhenxia, eu não posso pedir mais de você.” Ele estava claramente num estado angustiado. Depois de ir e voltar até a porta seguida vezes, ele disse, “Eu não posso suportar deixá-la!”, antes de finalmente sair.
Ele foi encontrado morto na tarde seguinte. “Eles não me contaram sobre sua morte até que todos os meus parentes chegaram a minha casa”, disse a viúva Zhang.
Zhang Zhenxia disse que depois de seu filho ser morto, seu marido ficou muito quieto. “Ele tornou-se introvertido, a emoção foi reprimida em seu coração”, disse ela. “Ele finalmente encontrou alívio. Agora que eu fiquei para trás… Eu não sei o que fazer.”