Leandro Boldrini, médico-cirurgião e pai do garoto Bernardo Boldrini, 11 anos, foi apontado como mentor do assassinato do filho no inquérito entregue no Fórum do município de Três Passos, Rio Grande do Sul. A polícia declara ter encontrado indícios de que o médico planejou e passou a receita do medicamento Midazolam, usado no assassinato do garoto, de acordo com comunicado.
Além do pai de Bernardo, foram indiciadas a madastra, Graciele Ugolini, e a amiga dela, a assistente social, Edelvânia Wirganovicz, às quais admitiram participação no crime. Os três encontram-se sob prisão preventiva. Eles foram presos na noite de 14 de abril, 10 dias após o desaparecimento de Bernardo, quando o corpo foi encontrado em uma cova rasa em Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos. Um último suspeito envolvido no crime, Evandro Wirganociz, irmão da assistente social também foi preso no sábado (10), fato novo após investigação, de acordo com o G1.
Segundo a delegada de Três Passos, Caroline Bamberg, responsável pelo caso, o casal Leandro e Graciele foi indiciado sob suspeita de praticar homícido qualificado e ocultação de cadáver com motivo fútil (desamor e ódio), torpe (o pagamento a Edelvânia) e meio insidioso, o que dificultou a defesa da vítima, conforme comunicado da polícia civil.
Um dos indícios contra Boldrini é a contradição em seu próprio relato. Ele informou que ao procurar pelo filho dois dias após o desaparecimento, reclamou com amigos que o celular do garoto estava em casa. Entretanto, segundo a delegada, antes de fazer esta queixa, o pai contou ter ligado diversas vezes para o celular do filho, afirma Bamberg.
A receita utilizada dias antes do crime para comprar o sedativo Midazolam, encontrado no corpo de Bernardo e possível causa de sua morte, também teria sido assinada por Boldrini em nome de Edelvânia. A polícia afirma que, em uma ligação telefônica interceptada, parentes de Leandro falam que Graciele e Edelvânia assumiriam a culpa a fim de isentar o pai do garoto em troca de sustento financeiro.
Através da assessoria de imprensa, o Ministério Público do Rio Grande do Sul informou que o órgão deve oferecer denúncias contra os indiciados até sexta-feira (16) antes do prazo legal estabelecido de cinco dias. Na ocasião, a promotora Dinamárcia Maciel vai detalhar o caso em uma entrevista coletiva. O acompanhamento direto da promotora junto à Polícia Civil agilizou os procedimentos da investigação.