Ouvindo o povo chinês no 20 de julho

24/07/2012 03:00 Atualizado: 24/07/2012 03:00

Washington DC, julho de 2012. Praticantes do Falun Gong seguram velas para homenagear os milhares que morreram na perseguição do regime chinês à prática de meditação pacífica. Visto de cima, eles formam os caracteres chineses de verdade, compaixão e tolerância, os princípios fundamentais da prática. (Lisa Fan/The Epoch Times)Na madrugada de 20 de julho de 1999, 13 anos atrás, agentes da segurança em toda a China invadiram as casas de indivíduos que acreditavam serem praticantes centrais do Falun Gong e os prenderam. Assim foi iniciada a campanha do então líder chinês Jiang Zemin para, segundo suas palavras, “erradicar” essa prática espiritual tradicional.

Jiang pensou que sua campanha estaria acabada em três meses.

O ditador não entendeu o poder da crença. Praticantes do Falun Gong acreditam em viver de acordo com os princípios da verdade, compaixão e tolerância. Eles acreditam que fazer o bem é recompensado e fazer o mal é punido. E eles acreditam que ser uma boa pessoa é mais importante do que qualquer outra coisa.

Os terrores que Jiang e o Partido Comunista Chinês (PCC) desencadearam sobre os praticantes não poderiam sobrepujar essas convicções.

Jiang também não entendeu que os praticantes do Falun Gong se posicionariam por si mesmos, algo sem precedente em toda a história da China comunista. Eles fizeram isso indo primeiramente à Praça da Paz Celestial (Tiananmen) para apelar ao PCC que acabasse com a equivocada perseguição.

Apelando ao povo

Quando o PCC se fez de surdo aos seus pedidos, os praticantes começaram a apelar diretamente ao povo chinês.

Com dezenas de milhões, os praticantes começaram uma enorme campanha de desobediência civil que visa transformar os corações e as mentes por toda a China. Com panfletos, discos de DVDs, cartazes e, mais importante, conversas face a face, os praticantes do Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, saíram para dizer ao povo da China o que é o Falun Gong e que a perseguição do PCC é errada.

Como resultado dos praticantes do Falun Gong pacientemente trabalhando por desiludir o povo chinês da propaganda do PCC, o povo chinês está agora fazendo algo notável: eles estão se levantando pelos praticantes do Falun Gong.

Em 9 de junho, na cidade de Tangshan, província de Hebei, centenas de moradores formaram uma parede humana quando a polícia chegou para prender o praticante Li Zhen. Depois que a polícia conseguiu arrastar Li para longe, os aldeões imediatamente assinaram seus nomes reais e imprimiram suas digitais com lacre vermelho numa petição pedindo a libertação de Li.

Este é o último de uma série de incidentes que remonta a 2009 em que chineses comuns, ao verem praticantes sendo presos, se esforçam para libertá-los.

Por exemplo, em junho de 2012, 15 mil pessoas da província de Heilongjiang, no nordeste da China, assinaram uma petição em nome de uma família de praticantes. Em junho de 2011, a Anistia Internacional documentou um caso em que 2.300 pessoas assinaram uma petição pedindo a libertação de um praticante detido na cidade de Tianjin.

Uma petição de famílias na vila de Zhouguantun, na província de Hebei, é conhecida por ter circulado no órgão superior do PCC, o Comitê Permanente do Politburo.

Cortando o nó górdio

Enquanto o povo da China começou a levantar suas vozes pelo Falun Gong, o PCC foi paralisado.

Houve relatos de reuniões a portas fechadas do PCC em que foi discutido terminar a perseguição, mas nenhuma ação foi tomada. E, recentemente, há uma intensificação da perseguição em conexão com o próximo 18º Congresso Nacional, no qual os novos líderes do PCC serão nomeados, a mesma velha política de intensificar a perseguição antes dos chamados “dias sensíveis”.

A paralisia não se estende só a questão do Falun Gong, numa série de frentes, o PCC não parece saber como avançar. Para abordar um modelo econômico falho e a agitação social crescente, o PCC precisa de uma real reforma política e econômica.

A perseguição ao Falun Gong é o nó górdio que impede tal reforma.

Se o PCC corta o nó e termina a perseguição, as atrocidades cometidas pelo PCC, em particular, a morte de dezenas de milhares através da colheita forçada de órgão de praticantes vivos, virá à luz. Uma vez que essas atrocidades sejam amplamente conhecidas na China, as chances do PCC de preservar mesmo um traço de legitimidade desaparecerão.

Além disso, as vítimas da perseguição e suas famílias exigirão que os oficiais que promoveram lavagem cerebral, torturaram e assassinaram praticantes sejam responsabilizados.

Se o PCC não conseguir acabar com a perseguição, a China está emperrada, sem nenhuma forma de avançar com a reforma política ou econômica que o país necessita desesperadamente.

Mas, no final, a decisão de acabar com a perseguição não estará nas mãos do PCC. Por mais poderoso que o PCC possa parecer, o povo chinês acabará por decidir o curso futuro da China.

Por 13 anos, os chineses aprenderam quão errada e maligna tem sido a perseguição aos pacíficos praticantes do Falun Gong e suas crenças. Os chineses estão agora se movendo e começam a indicar uma escolha clara: isso não pode continuar.

Nós aqui no Ocidente devemos ouvir o que os chineses estão dizendo e juntar nossas vozes às deles. Um coro de vozes dentro e fora da China acelerará o dia em que a perseguição acabará e o povo chinês desfrutará de um dia melhor.