A descoberta de um câncer está longe de ser uma notícia animadora. O tratamento é difícil e, a cura, nem sempre possível. Mas há como tornar o caminho do paciente um pouco menos arenoso com o acolhimento da família e amigos e o acompanhamento psicológico.
Neste mês de outubro, conhecido pela conscientização para o câncer de mama, vale lembrar que, nesta variação da doença, o melhor tratamento costuma ser a retirada das mamas, fazendo com que o problema exija muito equilíbrio físico e psicológico da mulher afetada.
Para a psicóloga especialista em Dor do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, Dirce Perissinotti, costuma-se seguir o senso comum, tratando a paciente como a própria pessoa gostaria de ser tratada. “Mas as pessoas são diferentes. Cada um lida com a dor e a doença a sua maneira e isso precisa ser respeitado pelos familiares e amigos”, afirma.
É preciso dar oportunidade de a mulher expressar o que está sentindo. “É um comportamento até natural dizer frases encorajadoras, mas a família tem que entender que, quando a pessoa acabou de receber o diagnóstico, precisa de um tempo para assimilar a notícia. E desabafar o que está sentindo é parte desse processo”, ressalta.
Estudos mostram que descobrir a doença pode ser traumático. Além do câncer, a mulher pode vir a desenvolver sintomas de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão. “A ajuda dos entes queridos e o acompanhamento psicológico são fundamentais para fortalecer a paciente durante e após o tratamento, buscando torná-la emocionalmente bem preparada para enfrentar a doença”, completa a especialista.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no site do Hospital Nove de Julho