Em 2 de março de 2015, a promotoria militar chinesa divulgou lista como os nomes de 14 generais recentemente colocados sob investigação por corrupção, de acordo com o Diário do Exército de Libertação do Povo, mídia militar sob o controle do Partido Comunista Chinês.
Entre os 14 generais investigados, o que mais chama a atenção é o nome de Guo Zhenggang, filho de Guo Boxiong, ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, visto como um “tigre militar” pelos meios de comunicação chineses. O líder comunista chinês Xi Jinping, no início de sua campanha anticorrupção, disse que iria lutar contra “os tigres e as moscas”, uma metáfora usada para se referir tanto a funcionários de alto escalão como de baixo.
O relatório afirma que, em fevereiro deste ano, Guo Zhenggang, comissário político da Região Militar da Província de Zhejiang, foi investigado por promotores militares chineses por suspeita de “ter cometido crimes”. O relatório não especifica que crimes.
A campanha anticorrupção no meio militar comunista foi intensificada neste ano. Em 15 de janeiro, a China divulgou uma lista com os nomes de 16 generais que foram destituídos de seus postos em 2014.
O comentarista-político chinês Xia Xiaoqiang, que vive em Washington DC, mencionou que a campanha anticorrupção de Xi sobre o serviço militar é para eliminar o poder do ex-líder comunista Jiang Zemin e sua facção para, desse modo, garantir o poder de Xi nas forças armadas. Entre os 16 generais está o nome de Xu Caihou, ex-vice-presidente da Comissão Militar Central e um aliado muito próximo de Jiang. Guo Boxiong também é um grande aliado tanto de Jiang Zemin como de Xu Caihou.
Xia comentou também que a queda de Guo Zhenggang é um indício de que provavelmente o pai dele, Guo Zhenggang, também esteja com problemas e que o anúncio da punição de Guo Boxiong não deve demorar muito.
Desde que Xu Caihou foi colocado sob investigação por aceitar suborno em março 2014, escandalosas e difamatórias notícias sobre suas atividades e de seu cliente Guo Boxiong se espalharam na Internet. Eles são acusados de conspiração por venda de postos militares, por milhões de dólares, e outras atividades corruptas lucrativos, de acordo com mídias de Hong Kong e outras mídias de língua chinesa no exterior.
Especulações de que Guo Boxiong esteja sob investigação existem já há algum tempo. A revista Chengming, de Hong Kong, informou em sua última edição que Guo está sob prisão domiciliar já há um ano, e as notícias sobre a queda de Guo Zhenggang apoiam indiretamente essa informação.
A última aparição pública do Guo Zhenggang, de 45 anos, foi quando ele participou de uma conferência do Partido Comunista na Região Militar da província Zhejiang, em 13 de janeiro, na cidade de Hangzhou. Guo foi até mesmo promovido a major-general no final de 2014. Sua queda foi, portanto, mais rápida e súbita do que a que se abateu sobre o pai dele.