Natal de otimismo para os empresários e cautela para os consumidores

04/12/2012 11:20 Atualizado: 12/11/2013 20:52
Clientes carregando sacolas após compras no shopping. (Karen Bleier / AFP / Getty Images)

O final de ano está chegando e enquanto os empresários do comércio planejam a melhor estratégia para o aumento de suas vendas, especialistas alertam para que o consumidor tenha cautela neste momento. Antes de pensar em gastar, é preciso pagar as dívidas. Planejar os gastos, pesquisar os preços dos produtos ou serviços, pedir descontos, pagar a vista e ficar de olho nos juros estão entre as recomendações para as compras deste Natal.

As perspectivas de vendas são positivas para o final do ano, mesmo com o cenário de crise no exterior e que acaba afetando a economia brasileira, a expectativa da Fecomercio-SP é que o faturamento do varejo na Região Metropolitana de São Paulo apresente crescimento de 6% a 7% em 2012. O resultado positivo das vendas do varejo brasileiro nos três primeiros trimestres deste ano, que cresceram 9,8% sobre igual período do ano passado, também contribuiu para o otimismo dos empresários.

Um dos principais fatores que motivam as compras por parte dos consumidores é a confiança que ele tem na situação econômica do país, na sua própria situação econômica e de sua família. Mesmo com o cenário de insegurança em relação à economia mundial, o consumidor segue confiante. É o que demonstram os dados do ICC (Índice de Confiança do Consumidor da Fecomercio-SP) que mede o nível identificado junto ao consumidor. Em novembro o ICC registou 155,4 pontos (na escala de 0= pessimismo e 200= otimismo). Considerando que a escala oscila de 0 a 200, podemos afirmar que a confiança do consumidor está em patamares elevados e com este indicador favorável os consumidores tendem a gastar mais em suas compras de Natal.

Já os empresários mais pessimistas estão de olho na capacidade de compra do consumidor. O crédito tem sido uma mola propulsora de elevada potência para o crescimento das vendas. É por meio do crédito e da possibilidade do parcelamento que são viabilizadas as compras de maior valor, como por exemplo, de bens duráveis.  Apesar do percentual de famílias endividadas ter apresentado uma ligeira queda em novembro, ainda assim alcança um total de 59% das famílias, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O cartão de crédito continua sendo o maior vilão, responsável por 74,9% das famílias endividadas, seguido por carnês, com 17,2%, e, em terceiro, por financiamento de carros, com 12,3%.

Segundo a economista Cleide Moretto, a dica para o consumidor comprar melhor neste final de ano é pesquisar preços, pedir descontos e não comprometer toda a renda. Segundo a economista, antes de sair gastando em novos produtos ou serviços, as pessoas que estão endividadas devem utilizar este dinheiro para quitar suas dívidas. Para as pessoas que estão em uma situação financeira um pouco o melhor negócio é planejar a melhor forma de gastar o dinheiro. “O ideal é que o consumidor compre as coisas que ele realmente necessita, lembrando que final de ano se gasta muito com presentes e festas”, orientou a economista, segundo O Nacional.

Conforme Cleide, a economia está desacelerando e a cautela é fundamental. A estimativa inicial para este ano era de um crescimento de 4% e o ano deve fechar em aproximadamente 1,5%.  “Se a produção não vai bem, é provável que aumente o desemprego. Com o aumento do desemprego, as pessoas ficam sem renda e o sonho de comprar acaba. Não comprometa a renda futura sem ter certeza que ela existirá”, salientou a economista de acordo com O Nacional.

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