Os segredos escondidos na arte tradicional chinesa

15/04/2014 05:05 Atualizado: 16/04/2014 02:43

O professor Zhang Kunlun, um renomado escultor de origem chinesa, compartilha sua visão sobre o artista e sua relação com o divino:

“A antiga arte oriental tinha um senso de reverência ao divino e valorizava a qualidade-inata dos artistas”; “Se um artista tiver pensamentos puros, ele poderá criar uma boas obras de arte que terão impacto bastante positivo sobre as pessoas”, diz o professor Zhang. Segundo Zhang, a arte moderna perdeu o rumo.

“As obras de arte têm uma forte influência sobre o lado humano das pessoas. A arte é um reflexo da sociedade, sendo que a moralidade é a bússola que a orienta, por isso, influencia diretamente na criação artística”. “A arte deve seguir princípios e ter harmonia em si mesma… deve ser bela”, afirma o Sr. Zhang.

Em primeiro lugar, a verdadeira arte deve ter um bom tema. Uma técnica excepcional e uma boa composição completam os requisitos básicos.

A maioria dos temas retratados nas obras de arte de tempos antigos é de cenas de deuses e de budas, pois a reverência dos artistas pelo divino era a motivação para a perfeição. Segundo o Sr. Zhang, das obras de arte emanam o significado subjacente a elas”. “No mundo moderno, as pessoas já não acreditam mais que o bem é recompensado com o bem e que o mau gera como retribuição o mau. As pessoas já não acreditam nos deuses e nos budas, por isso, elas fazem o que bem entendem sem temer. Algo semelhante ocorre com a arte”.

Michelangelo (1475-1564), por exemplo, dedicou sua vida à criação de obras-primas devido à sua crença na existência de Deus. Cada pincelada de Michelangelo parece ter retido e manifestar seu respeito e aspiração ao divino. Cada pincelada enfatiza a santidade e pureza espiritual, a renúncia a apegos mundanos.

Os monges costumavam passar suas vidas criando obras de arte que os conectassem ao divino. Zhang faz o mesmo por meio de Falun Gong, uma antiga prática chinesa que lhe dá inspiração para ressuscitar tradições culturais que existiram há milhares de anos na China.

“A sociedade humana tem suas próprias regras e o universo também tem suas próprias regras”, disse ele. “Eu quero ajudar a resgatar coisas de grandes épocas da civilização humana, principalmente da arte tradicional chinesa”.

Zhang Kunlun foi diretor do Instituto de Arte e Escultura de Shandong e atualmente é diretor de seu próprio Instituto de Pesquisa de Escultura. Zhang tem recebido diversos prêmios e participado de exposições de arte em todo o mundo. Suas obras são mencionadas no Who’s Who in the World, Encyclopedia of Chinese Stars e Collected Works of the World’s Sculpture, entre outras publicações.