Milhares de morros foram localizados nas savanas costeiras das Guianas. Pesquisadores analisaram pequenas elevações e demonstraram que elas eram de origem humana. Os trabalhos acabam de ser publicados na revista da Académie Nationale des Sciences, referindo-se à agricultura pré-colombiana. Uma equipe internacional de arqueólogos e de paleoecologistas composta de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da Universidade de Montpellier, da École pratique des Hautes Étude e do laboratório de arqueologia das Américas da Sorbonne Paris I conduziu estas pesquisas. Assim, o estudo mostrou pela primeira vez que os povos pré-colombianos habitavam a savana ao redor das florestas amazônicas e que eles praticavam a agricultura sem ter recursos ao fogo.
Essa dedução foi feita a partir da análise de pólen, de carvão e de micro fósseis de plantas recolhidas nas savanas amazônicas da Guiana Francesa. Assim os paleontólogos destacaram o início de uma agricultura ancestral e durável baseada na criação de canteiros elevados. Os registros de pólen estudados pelos paleontólogos cobrem um período de mais de 2.000 anos. É desta forma que eles notaram detalhadamente a história da utilização das terras nas savanas amazônicas da Guiana Francesa.
O carácter ancestral das terras cultiváveis da Amazônia
As terras ancestrais dos primeiros povos da Amazônia foram construídas em campos elevados. Os habitantes criaram pequenos morros agrícolas, com a ajuda de ferramentas de madeira. Essa maneira de fazer melhorava a drenagem, o arejamento do solo e a retenção de água. Assim aquela concepção primitiva de agricultura amazônica de que o fogo era utilizado para fertilizar os campos foi colocada em questionamento. Mitchell Power, professor na Universidade de Utah, nos EUA, coautor do estudo, disse na revista Science: “Durante muito tempo, pensamos que os incêndios eram uma característica onipresente da savana na Amazônia.” Os cientistas compreenderam nossa ignorância. Na verdade, essa maneira de elevar a terra favorecia as culturas e criava um ambiente ideal às terras agrícolas, confrontadas intermitentemente com seca e inundações. Além disso, os campos elevados exigiam matérias orgânicas decompostas, produzidas por bacias inundadas e despejadas em seguida sobre os morros. Elas tornaram-se adubo natural fertilizante. Os antigos agricultores da Amazônia limitaram o uso do fogo para melhor conservar a matéria orgânica, os nutrientes e a estrutura do solo. O fogo na agricultura só viria com a chegada dos primeiros Europeus.
A agricultura sobre campos elevados é muito custosa em tempo de trabalho, ela foi então perdida, pois 95% da população indígena foi dizimada por doenças vindas do Velho Continente.
Os pesquisadores utilizaram datação por carbono-14
Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores utilizaram datação por carbono-14. Assim, eles definiram a idade dos montículos de terra elevados formados na época pelos agricultores. “Ao datar os extratos de carvão depositados acima e abaixo dos depósitos de pólen de milho, nós concluímos que eles eram de cerca de 800 anos” explica Mitchell Power. Dessa forma, os pesquisadores esperam poder dar elementos para incitar o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e favorizar a conservação dos ecossistemas. Essas antigas populações conheciam naturalmente o trabalho na terra de maneira a proteger o meio-ambiente. Esses trabalhos nos dão uma perspectiva única sobre essas terras antes e depois da chegada dos primeiros europeus na América em 1492.
As terras desenvolvidas pelos ameríndios: uma fertilidade excepcional
Os campos elevados das Guianas foram explorados entre 650 e 1400 d.C. pelas populações locais. As terras desenvolvidas pelos ameríndios eram ricas, como as culturas feitas em terra preta. É um tipo de solo escuro de origem humana, com uma fertilidade excepcional: uma espécie de argila composta por carvão vegetal, matérias orgânicas e com nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio. A atividade micro-orgânica foi muito desenvolvida nesse período. Os solos são de origem pré-colombiana. Eles são tão famosos no Brasil que são colhidos e vendidos como terra para vasos. A colheita não reduz o solo, pois os agricultores descobriram que ele se renova com a velocidade de 1 centímetro por ano (de acordo com um estudo feito em 2004 pela Universidade de Georgia, EUA).
Na verdade, a riqueza do solo também vem da várzea, uma área de florestas inundada pelas cheias do canal principal de um rio cujo curso d’água se estende de 20 a 100 km. As áreas enriquecem-se e tornam-se férteis graças às aluviões depositados e frequentemente colocados em culturas.
Os habitantes dessas regiões vivem em casas sobre palafitas. Eles são pescadores durante o período de inundações e agricultores no verão. O período de inundações pode durar de três a quatro meses, em função da situação rio acima.
Os ecossistemas amazônicos abrigam uma grande diversidade de plantas e de animais. Infelizmente, as savanas amazônicas estão hoje associadas a incêndios frequentes e a emissões elevadas de gás carbônico. Esses estudos científicos mostram que as práticas de agricultura ancestrais não são essas de hoje. Isso permite levantar questionamentos sobre o aquecimento global. O mais importante hoje é encontrar um acordo para gerenciar essas terras, talvez se possa recorrer a essas práticas antigas que acabam de ser reveladas.
Milhares de morros foram localizados nas savanas costeiras das Guianas. Pesquisadores analisaram pequenas elevações e demonstraram que elas eram de origem humana. Os trabalhos acabam de ser publicados na revista da Académie Nationale des Sciences, referindo-se à agricultura pré-colombiana. Uma equipe internacional de arqueólogos e de paleoecologistas composta de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da Universidade de Montpellier, da École pratique des Hautes Étude e do laboratório de arqueologia das Américas da Sorbonne Paris I conduziu estas pesquisas. Assim, o estudo mostrou pela primeira vez que os povos pré-colombianos habitavam a savana ao redor das florestas amazônicas e que eles praticavam a agricultura sem ter recursos ao fogo.
Essa dedução foi feita a partir da análise de pólen, de carvão e de micro fósseis de plantas recolhidas nas savanas amazônicas da Guiana Francesa. Assim os paleontólogos destacaram o início de uma agricultura ancestral e durável baseada na criação de canteiros elevados. Os registros de pólen estudados pelos paleontólogos cobrem um período de mais de 2.000 anos. É desta forma que eles notaram detalhadamente a história da utilização das terras nas savanas amazônicas da Guiana Francesa.
O carácter ancestral das terras cultiváveis da Amazônia
As terras ancestrais dos primeiros povos da Amazônia foram construídas em campos elevados. Os habitantes criaram pequenos morros agrícolas, com a ajuda de ferramentas de madeira. Essa maneira de fazer melhorava a drenagem, o arejamento do solo e a retenção de água. Assim aquela concepção primitiva de agricultura amazônica de que o fogo era utilizado para fertilizar os campos foi colocada em questionamento. Mitchell Power, professor na Universidade de Utah, nos EUA, coautor do estudo, disse na revista Science: “Durante muito tempo, pensamos que os incêndios eram uma característica onipresente da savana na Amazônia.” Os cientistas compreenderam nossa ignorância. Na verdade, essa maneira de elevar a terra favorecia as culturas e criava um ambiente ideal às terras agrícolas, confrontadas intermitentemente com seca e inundações. Além disso, os campos elevados exigiam matérias orgânicas decompostas, produzidas por bacias inundadas e despejadas em seguida sobre os morros. Elas tornaram-se adubo natural fertilizante. Os antigos agricultores da Amazônia limitaram o uso do fogo para melhor conservar a matéria orgânica, os nutrientes e a estrutura do solo. O fogo na agricultura só viria com a chegada dos primeiros Europeus.
A agricultura sobre campos elevados é muito custosa em tempo de trabalho, ela foi então perdida, pois 95% da população indígena foi dizimada por doenças vindas do Velho Continente.
Os pesquisadores utilizaram datação por carbono-14
Para chegar a tais conclusões, os pesquisadores utilizaram datação por carbono-14. Assim, eles definiram a idade dos montículos de terra elevados formados na época pelos agricultores. “Ao datar os extratos de carvão depositados acima e abaixo dos depósitos de pólen de milho, nós concluímos que eles eram de cerca de 800 anos” explica Mitchell Power. Dessa forma, os pesquisadores esperam poder dar elementos para incitar o desenvolvimento de uma agricultura sustentável e favorizar a conservação dos ecossistemas. Essas antigas populações conheciam naturalmente o trabalho na terra de maneira a proteger o meio-ambiente. Esses trabalhos nos dão uma perspectiva única sobre essas terras antes e depois da chegada dos primeiros europeus na América em 1492.
As terras desenvolvidas pelos ameríndios: uma fertilidade excepcional
Os campos elevados das Guianas foram explorados entre 650 e 1400 d.C. pelas populações locais. As terras desenvolvidas pelos ameríndios eram ricas, como as culturas feitas em terra preta. É um tipo de solo escuro de origem humana, com uma fertilidade excepcional: uma espécie de argila composta por carvão vegetal, matérias orgânicas e com nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio e cálcio. A atividade micro-orgânica foi muito desenvolvida nesse período. Os solos são de origem pré-colombiana. Eles são tão famosos no Brasil que são colhidos e vendidos como terra para vasos. A colheita não reduz o solo, pois os agricultores descobriram que ele se renova com a velocidade de 1 centímetro por ano (de acordo com um estudo feito em 2004 pela Universidade de Georgia, EUA).
Na verdade, a riqueza do solo também vem da várzea, uma área de florestas inundada pelas cheias do canal principal de um rio cujo curso d’água se estende de 20 a 100 km. As áreas enriquecem-se e tornam-se férteis graças às aluviões depositados e frequentemente colocados em culturas.
Os habitantes dessas regiões vivem em casas sobre palafitas. Eles são pescadores durante o período de inundações e agricultores no verão. O período de inundações pode durar de três a quatro meses, em função da situação rio acima.
Os ecossistemas amazônicos abrigam uma grande diversidade de plantas e de animais. Infelizmente, as savanas amazônicas estão hoje associadas a incêndios frequentes e a emissões elevadas de gás carbônico. Esses estudos científicos mostram que as práticas de agricultura ancestrais não são essas de hoje. Isso permite levantar questionamentos sobre o aquecimento global. O mais importante hoje é encontrar um acordo para gerenciar essas terras, talvez se possa recorrer a essas práticas antigas que acabam de ser reveladas.
—
Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT