A agência beneficente internacional Oxfam disse que as 100 pessoas mais ricas do planeta poderiam, essencialmente, acabar com a pobreza com seus ganhos de 2012, segundo um relatório recente.
Os mais ricos do mundo ganharam 240 bilhões de dólares no ano passado – um número que a Oxfam, uma coalizão internacional de 17 organizações que trabalham em 90 países com foco na desigualdade e na pobreza, disse que poderia acabar com a pobreza mundial cerca de quatro vezes.
“É amplamente aceito que desenvolver riqueza e desigualdade extremamente rápido é prejudicial ao progresso humano e que algo precisa ser feito”, disse a Oxfam, citando um relatório do Fórum Econômico Mundial que classificou a desigualdade de renda como um dos riscos globais de 2013.
E acrescentou num comunicado de imprensa, “Os 1% mais ricos aumentaram seu rendimento em 60% nos últimos 20 anos com a aceleração da crise financeira, em vez de retardarem seu processo.”
Em 14 de 19 dos países mais ricos e desenvolvidos do Grupo dos 20 (G-20), a desigualdade tem aumentado desde 1990, disse o grupo beneficente, afirmando que o crescimento econômico raramente tem beneficiado os pobres. Os ministros das finanças do G-20 se reuniram recentemente na Cidade do México.
A Oxfam advertiu que “a extrema disparidade de riqueza e renda não é apenas antiética, é também economicamente ineficiente, politicamente corrosiva, socialmente divisionista e ambientalmente destrutiva”.
O crescimento econômico, frequentemente, vem em primeiro lugar na mente de muitos funcionários governamentais e políticos, enquanto os interesses dos pobres vêm em segundo lugar, afirma o relatório.
A desigualdade na China, Rússia, África do Sul e Japão aumentou ainda mais entre as nações do G-20 desde 1990, diz a Oxfam. A Coreia do Sul é o único país rico entre os membros do G-20 onde a desigualdade diminuiu nas últimas duas décadas. Brasil, México e Argentina, nações em desenvolvimento do G-20, também têm feito progressos notáveis.
“Não podemos mais fingir que a criação de riqueza para poucos beneficiará inevitavelmente a todos – muitas vezes o inverso é verdadeiro”, disse Jeremy Hobbs, diretor da Oxfam, num comunicado. “A concentração de recursos nas mãos do 1% do topo deprime a atividade econômica e torna a vida mais difícil para todos – particularmente para aqueles na parte inferior da escada econômica.”
“Num mundo onde até mesmo recursos básicos, como terra e água, são cada vez mais escassos, não podemos nos dar ao luxo de concentrar recursos nas mãos de poucos e deixar tantos lutarem pelo que resta”, continuou ele.
Falando sobre o impacto ambiental, Hobbs disse, os 1% mais ricos usariam cerca 10 mil vezes mais carbono do que a média dos habitantes norte-americanos.
“De paraísos fiscais a fracas leis trabalhistas, os mais ricos se beneficiam de um sistema econômico global que é manipulado a seu favor”, disse Hobbs. “É hora de nossos líderes reformarem o sistema de forma que ele funcione no interesse de toda a humanidade, em vez de para uma elite global.”
A Oxfam estima que os paraísos fiscais retenham cerca de 32 trilhões de dólares ou um terço de toda a riqueza mundial. Fechá-los poderia render 189 bilhões de dólares em receitas fiscais adicionais.
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