Abu Bakr al Baghdadi é, hoje, considerado o mais perigoso terrorista do mundo. Para muitos é “o novo Bin Laden”. Contudo, sua organização que responde pelo nome de ISIS (sigla que no original quer dizer Estado Islâmico no Iraque e na Síria), nascida no seio da Al Qaeda, atualmente opera de forma independente, sendo muito, muito mais radical.
Seu objetivo declarado é criar um estado islâmico em áreas sunitas do Iraque e na Síria. Nas principais notícias relacionadas com a guerra civil na Síria esse nome aparece repetidas vezes. Acredita-se que a ISIS controle centenas de quilômetros quadrados ao longo da costa mediterrânea da Síria até o sul do Iraque. Suas conquistas mais recentes incluem Mosul, segunda maior cidade do Iraque, o que tem forçado uma forte reação das tropas americanas.
O que mais chama atenção na ação coordenada da ISIS é sua tentativa de estabelecer um Estado islâmico, que se estenda por toda a região onde atua. Ou seja, se for bem sucedida, formará uma nação islâmica sobre solo que anteriormente pertencia a Iraque e Síria. Seria o primeiro país do mundo criado por uma organização terrorista.
Para assegurar seu sucesso, a ISIS impõe a lei islâmica (sharia) nas cidades que controla. Meninos e meninas devem ser separados na escola; obriga as mulheres a usar o véu (niqab) em público. Os tribunais ignoram as leis não religiosas, a música é proibida e o jejum é obrigatório durante o período de Ramadã.
Em 2006 eram algumas células terroristas. Oito anos depois, o grupo militante mais perigoso do mundo não poupa ataques contra cristãos, tendo crucificado vários deles na Síria.
Sabe-se que al Baghdadi ficou quatro anos em um campo de prisioneiros de guerra dos americanos no Iraque e que possui Ph.D. em estudos islâmicos na Universidade Islâmica de Bagdá. Para as agências de contraterrorismo ocidentais, sua estratégia é a combinação de fanatismo religioso com organização disciplinada. Sua biografia oficial afirma que ele seria da linhagem do profeta Maomé.
Muitos de seus irmãos e tios são pregadores muçulmanos e professores de língua árabe, retórica e lógica. Aos poucos tem conseguido atrair (e absorver) outras facções da Al Qaeda na região.
A ambição desse grupo religioso-político é servir de modelo de nação islâmica e influenciar todas as demais na região. Entre suas ameaças está um ataque a Israel. O sucesso da ISIS tem atraído para as suas fileiras milhares de combatentes estrangeiros tanto voluntários quanto mercenários. Isso permitiu-lhe continuar no controle de parte da Síria enquanto se prepara para sua grande ofensiva no Iraque. Suas operações incluem atentados suicidas e ataques às forças de segurança em várias regiões ao mesmo tempo.
Segundo uma análise do Grupo Soufan, especializado em questões políticas, “a ISIS tornou-se, indiscutivelmente, a organização terrorista mais eficaz e implacável no mundo. Agora desafia a autoridade de dois dos maiores estados no Oriente Médio, e tem atraído um número significativo de combatentes, e não apenas do Iraque e da Síria, mas também da Arábia Saudita e outros países árabes, incluindo a Jordânia.” Ciente disso, os Estados Unidos oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões pela cabeça de Baghdadi.