O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, pediu esta semana que os líderes do G20 tomem medidas decisivas para criar mais e melhores empregos. Em entrevista para rádio da OIT nesta terça-feira (3) – antes da cúpula dos líderes do G20, nos dias 5 e 6 de setembro em São Petersburgo, na Rússia – Ryder falou de um quadro sombrio sobre a situação do emprego.
“Como todos sabemos, há um total de cerca de 93 milhões de pessoas desempregadas somente nos países do G20. Isso é o equivalente a toda a população da Alemanha e há 200 milhões de desempregados no mundo”, disse Ryder. O G20 é um grupo formado pelas 19 maiores economias mundiais mais a União Europeia.
Segundo Ryder, ainda há muito a ser feito. “Uma coisa que pode ser feita é propiciar uma atenção especial para os termos e condições de emprego das pessoas mais desfavorecidas da força de trabalho e que, em minha opinião, estão sofrendo muito nas atuais circunstâncias. Isso significa que em muitos países o salário mínimo pode ser revisto e a negociação coletiva, que é um piloto muito importante de condições dignas de trabalho, pode ser reforçada. E se há um denominador comum eu acho que é a necessidade de abordar o drama social real do desemprego dos jovens.”
Ryder apontou que o G20 já reconheceu a necessidade de uma ação forte no setor de emprego. Os ministros do trabalho e das finanças deste grupo concordaram durante uma reunião em julho sobre a importância de medidas políticas destinadas a melhorar as condições para o crescimento e a criação de emprego.
O diretor-geral da OIT destacou que, embora cada país precise adaptar um conjunto de políticas que melhor atenda as suas exigências específicas, é claro que a maioria dos governos precisam tomar medidas para estimular o emprego. Segundo a agência, vários já estão fazendo isso.
“A própria Rússia, que preside o G20 este ano, trouxe um plano muito ambicioso para criar cerca de 25 milhões de empregos. Outros estão agindo de forma diferente. África do Sul e Índia, por exemplo, estão focando nos principais programas públicos de emprego, enquanto a União Europeia, como se sabe, avança com um novo programa de emprego para os jovens”, disse Ryder.
Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil