Opositor de direita ganha eleições presidenciais no Panamá

05/05/2014 09:05 Atualizado: 05/05/2014 09:05

O Tribunal Eleitoral do Panamá informou, na noite desse domingo (4), que o candidato opositor Juan Carlos Varela, do Partido Panamenhista (direita) será eleito presidente do país. “Temos mais de 60% dos votos apurados e os magistrados consideram que essa tendência [vitória de Varela] é irreversível”, disse o presidente do tribunal, Erasmo Pinilla.

De acordo com o último balanço oficial, Varela conquistou 39% dos votos, sete pontos percentuais à frente do candidato José Domingo Arias, apoiado pelo presidente Ricardo Martinelli.

Juan Carlos Varela tem 50 anos, é empresário e foi vice-presidente no governo de Ricardo Martinelli (atual presidente). Após romper relações com o presidente, tornou-se forte opositor.

Em 2009, quando Martinelli foi eleito, Varela já tinha a intenção de concorrer à Presidência, mas integrou-se à campanha do atual presidente como vice, em troca de receber apoio para estas eleições. Entretanto, Martinelli resolveu lançar Domingo Arias, que ocupou cargos em ministérios da atual gestão.

O presidente eleito é declaradamente admirador do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, católico fervoroso e de acordo com a imprensa local, é um colaborador da Opus Dei (instituição hierárquica da Igreja Católica).

Durante a campanha, evitou criticar outros opositores, a maioria de esquerda, e concentrou os ataques ao governo Martinelli. Nas primeiras declarações, após ser informado do resultado, Varela disse que convocará o “diálogo e a unidade nacional”.

Em sua proposta de governo, prometeu controlar os preços de 22 produtos da cesta básica para baixar a inflação (de 4% em 2013), fazer obras de saneamento básico e investir na educação bilingue (espanhol e inglês), com 50 novas escolas, além de obras de infraestrutura.

As eleições também definiram 77 novos prefeitos e 71 parlamentares. Para analistas, o presidente eleito terá dois desafios principais: o crescimento econômico e a luta contra a desigualdade social.

A missão observadora da Organização dos Estados Americanos (OEA) havia pedido “tolerância” aos partidos políticos que disputaram as eleições, mas avaliou que o processo ocorreu com tranquilidade e sem incidentes relevantes.

Esse conteúdo foi originalmente publicado no Portal EBC