Centenas de membros da fragmentada oposição síria encontraram-se no Catar neste domingo (4) para discutir seus próximos passos e formar uma coalizão unida contra o presidente sírio, Bashar al-Assad. Os Estados Unidos estão apoiando a formação da Iniciativa Nacional Síria durante a reunião de cinco dias na capital do Catar, Doha.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, falou sobre a iniciativa em entrevista após seu encontro com o presidente croata em 31 de outubro. Ela sugeriu que as forças rebeldes que combatem no terreno sírio tem um papel mais proeminente no bloco. Isso significaria o declínio do ascendente Conselho Nacional Sírio, um grupo de oposição com base na Turquia.
“Essa oposição não pode ser representada por pessoas que têm bons atributos, mas que em muitos casos, não pisaram dentro da Síria há 20, 30 ou 40 anos”, disse Clinton. “Deve ser uma representação daqueles que estão na linha de frente, lutando e morrendo hoje para obter sua liberdade.”
O Conselho Nacional Sírio ainda teria um lugar apoiando os EUA na Iniciativa Nacional Síria, mesmo que pequena. A iniciativa seria unir as forças rebeldes, membros de conselhos locais sírios e outros grupos de oposição fragmentados. Os membros do Conselho Nacional Sírio não ficaram satisfeitos com a sugestão de Hillary Clinton e disseram que os Estados Unidos estão menosprezando seus esforços.
“Só o povo da Síria pode decidir quem os representa e quem não os representa. Ninguém mais pode decidir isso,” disse Abdelbaset Sieda, líder do Conselho Nacional Sírio à emissora Al-Jazeera, no Catar.
Esforços para unificar os desgastados grupos rebeldes que lutam contra o regime já fracassaram no passado. O Exército Livre da Síria, que ainda não unificou-se, já fez tal tentativa, aponta relatório da Al-Jazeera. Os grupos que muitas vezes controlam cidades e bairros têm diferenças ideológicas que são difíceis de resolver.
Clinton também destacou a urgência de desenvolver uma liderança de oposição forte para que os extremistas não “controlem o que tem sido uma revolução legítima contra um regime repressivo para seus próprios fins.”
No domingo, a luta se alastrou por todo o País. Rebeldes sírios disseram que tinham tomado uma refinaria de petróleo em Deir Ezzor, perto da fronteira com o Iraque, depois de um cerco de vários dias, de acordo com o Observatório Pró-Oposição Sírio de Direitos Humanos.
Na sexta-feira, o escritório de Direitos Humanos da ONU disse que um vídeo mostrando execuções sumárias aparentemente realizadas por rebeldes sírios constituem crimes de guerra.
“As alegações são de que estes soldados já não combatiam e, portanto, isso assemelha-se muito com crimes de guerra”, disse o porta-voz da ONU Rupert Colville, de acordo com a transcrição do escritório de Direitos Humanos da ONU.
“Existem evidências que comprometem as ações dos grupos de oposição e as forças do governo sírio”, observa Colville. “As pessoas que cometem esses crimes não devem iludir que escaparão sem a prestação de contas, pois há uma grande quantidade de evidências contabilizadas”, garante o porta-voz.
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