A Organização das Nações Unidas (ONU), devido a possibilidade da morte do coronel reformado do Exército, Paulo Malhães, 77 anos, ter relação com seu depoimento na Comissão da Verdade, cobrou uma detalhada investigação das autoridades brasileiras sobre a morte dele. “É necessário que haja uma investigação imediata para esclarecer os fatos em relação ao caso e aqueles responsáveis precisam ser levados à Justiça”, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani.
O coronel foi assassinado em seu sítio em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na última quinta-feira (24). Em entrevista ao jornal DIA a esposa do coronel, Cristina Malhães, 40 anos, disse que os criminosos renderam os dois com as próprias armas do militar. Em março desse ano, o coronel admitiu que durante a ditadura havia participado de torturas, mortes e que ocultou o corpo do ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido em 1971.
Dias depois, à Comissão Nacional da Verdade, ele mudou sua versão sobre o desaparecimento do cadáver de Paiva, afirmando que o corpo desenterrado não poderia ser identificado por estar em decomposição.
A ONU disse que deve se pronunciar ainda essa semana sobre o caso, após a coleta de novas informações sobre a morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães.