Sattar Beheshti, um blogueiro iraniano, foi detido no mês passado depois de criticar a situação dos direitos humanos no país (Irã). Após sua detenção ele não foi mais visto vivo. Uma semana depois, as autoridades iranianas entraram em contato com sua família para recolher o corpo de Beheshti; suspeita-se que ele morreu após sofrer tortura.
Como o caso chamou a atenção internacional, as autoridades iranianas negaram irregularidades na morte do blogueiro de 35 anos. Entretanto, os oficiais de direitos humanos da ONU estão exigindo respostas quanto à forma como ele foi morto.
“É imperativo que as pessoas que estejam potencialmente envolvidas nesse tipo de crime horrível sejam investigadas e levadas à justiça, se isso não for feito estaremos alimentando uma cultura de impunidade”, afirmou Ahmed Shaheed, relator especial da ONU sobre direitos humanos no Irã. Ele acrescentou: “Deve haver tolerância zero para a tortura.”
Alega-se que Beheshti foi torturado na prisão de Kahrizak, em Teerã, depois de ser preso sem um mandado judicial. Segundo a Radio Free Europe (RFE), ele foi preso sob a acusação de “ações contra a segurança nacional em redes sociais e Facebook.”
Mais de três dezenas de condenados da prisão de Evin, em Teerã, onde Beheshti passou uma noite, enviaram cartas na semana passada, dizendo que ele foi espancado e pendurado no teto pelos membros durante o interrogatório, relatou a RFE.
Um dia antes de sua prisão, Beheshti escreveu em seu blog, “Eles me ameaçaram ontem dizendo: Sua mãe logo vestirá preto porque você não cala a sua boca grande.”
Quando uma pessoa morre em conseqüência de ferimentos sofridos enquanto sob custódia do Estado, há uma pressuposto de responsabilidade do Estado.
– Christof Heyns, relator especial da ONU
Na quarta-feira, o parlamentar Mohammad Hassan Asafari disse a estatal Tehran Times que sete pessoas foram presas em conexão com a morte do blogueiro. Ele não entrou em detalhes sobre quem são eles, ou se eles trabalham para o Estado.
O advogado Mohammad Reza Mohseni Sani afirmou que as autoridades iranianas provavelmente não são culpadas por sua morte, dizendo que ele morreu de “causas naturais”, segundo a RFE. Porém, os membros da ONU relatam que o caso Beheshti não é único no Irã. Burlando as leis internacionais, o governo iraniano tem aprisionado muitos outros jornalistas e blogueiros enquanto fazem o seu trabalho.
O Relator Frank La Rue comentou que a morte Beheshti demonstra “amplas e severas restrições à liberdade de expressão e de opinião [no Irã].”
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