A Organização das Nações Unidas (ONU) disse hoje (27) que, se os Estados Unidos têm provas de que armas químicas foram usadas no ataque da semana passada nos arredores de Damasco, a capital síria, as informações devem ser partilhadas com a equipe de especialistas da organização que está no país árabe.
“Se algum Estado-membro tem informação sobre esse assunto, deve partilhá-la com a equipe da ONU que a analisará de acordo com suas próprias diretrizes”, disse um dos porta-vozes das Nações Unidas, Farhan Haq.
Perguntado sobre a possibilidade de intervenção militar no país sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU, Haq disse que não “especularia” e lembrou que o secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, está focado em “qualquer opção que permita uma solução diplomática”.
Segundo o porta-voz, os membros do Conselho de Segurança devem buscar um acordo para resolver o conflito sírio. “Já o fizeram em outros conflitos, a Síria não tem que ser a exceção”, afirmou Farhan Haq. Ele informou que o mediador internacional, Lajdar Brahimi, está se esforçando para organizar uma conferência internacional em Genebra, na Suíça.
O porta-voz das Nações Unidas disse que a equipe de especialistas está na Síria para verificar se foram usadas armas químicas, não para determinar quem as usou. Ele ressaltou, porém, que, se for confirmado que tais armas foram usadas, “importa saber quem o fez”.
A missão da ONU investiga o ocorrido nos arredores de Damasco, onde a oposição síria denunciou, na semana passada, a morte de 1.300 pessoas em um suposto ataque químico. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado em Londres, e os Médicos sem Fronteiras falam em cerca de 300 vítimas.
O governo de Bashar Al Assad e os rebeldes acusam-se mutuamente do uso desse tipo de armamento durante o conflito na Síria, um dos sete países que não ratificaram a Convenção sobre Armas Químicas, em 1997.
Desde o início da guerra civil na Síria, em março de 2011, já morreram mais de 100 mil pessoas e quase 7 milhões necessitam urgentemente de ajuda humanitária, segundo os últimos números das Nações Unidas.
Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Lusa (via Agência Brasil)