O famoso advogado de direitos humanos está ilegalmente na China e seu paradeiro é desconhecido. Pequim faz ouvido surdo
O Grupo de Trabalho contra as Detenções Arbitrárias do Conselho dos Direitos Humanos da ONU emitiu uma declaração solicitando a Pequim a liberação do advogado e defensor dos direitos humanos Gao Zhisheng, detido ilegalmente na China por mais de dois anos. A petição, que indica que a prisão do advogado viola as leis chinesas e internacionais, foi rejeitada pelas autoridades comunistas.
As forças policiais e as autoridades judiciárias do regime comunista se recusaram a mostrar o mandado de detenção e não querem tornar público o crime pelo qual Gao é acusado. Eles não querem reconhecer publica e abertamente a detenção do advogado, e seu paradeiro é desconhecido. Sua família também está escondendo as razões da sua captura.
A declaração das Nações Unidas adverte que esta forma de detenção viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu artigo 9º, que afirma que “Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.”
O porta-voz das Relações Exteriores da R.P. da China, Jiang Yu, evitou tangentemente o tema frente à imprensa. De acordo com a Rádio França Internacional, quando um repórter perguntou sobre a recusa de Pequim em liberar Gao, Yu disse que “as Nações Unidas devem respeitar a soberania da China, porque as autoridades chinesas estão se esforçando para cooperar com o organismo de direitos humanos das Nações Unidas”.
Em 24 de março, Gao Zhisheng foi premiado com o “Prémio a Liberdade de Expressão” de título “Direito e Ativismo”, outorgado em Londres pela organização britânica “Índice da Censura” (Index on Censorship).