“Onde está o dinheiro dos fundos?”, perguntam chineses às autoridades

19/02/2014 18:11 Atualizado: 19/02/2014 18:11

Peticionários chineses se arriscaram a serem jogados em prisões negras por exigir do Ministério da Fazenda que divulgue para onde foram 10 anos dos fundos de ajuda.

Sessenta e dois peticionários se reuniram no Ministério das Finanças do Partido Comunista Chinês (PCC) em 8 de fevereiro, exigindo que o ministério esclareça o paradeiro dos fundos de socorro de 2004 a 2014. Peticionários foram informados que receberiam uma resposta por escrito no prazo de 15 dias úteis.

Outros quatro peticionários foram às ruas de Pequim exibindo um sinal que pedia ao PCC que “expusesse os segredos dos fundos de socorro de Majialou”.

Yu Chunxiang, um peticionário de Shanghai, que tem apelado contra as injustiças do regime por 30 anos, falou com o Epoch Times: “Desde 2008, mais de 30 peticionários de Shanghai vêm exigindo que o órgão nacional de auditoria divulgue o paradeiro dos fundos especiais de socorro. Nós nunca recebemos uma resposta.”

“O orçamento da segurança pública é maior do que o orçamento militar, e a maior parte do dinheiro é desviada pelo departamento de segurança. A única parte do orçamento que vai para os peticionários são os parcos alimentos embalados que recebemos na prisão.”

“Não existe lei neste país”, disse Yu. “Os policiais dizem: ‘Eu sou a lei.’ Eles nunca ajudariam a resolver os problemas dos peticionários, pois somos uma fonte de dinheiro para eles. Na Praça da Paz Celestial, os policiais lutam entre si para prender peticionários e pedem aos peticionários que deem depoimentos para que fique claro quem os prendeu. Eles não iriam tão longe se não fosse pelos benefícios.” [Autoridades chinesas recebem bonificações pelo número de prisões que fazem, independentemente de haver ou não razão para isso, o que importa são os números.]

Hao Shue, um peticionário de Heilongjiang, falou com o Epoch Times sobre sua experiência e a corrupção no sistema: “Em 13 de novembro de 2012, eu fui preso pela polícia de Jixi em frente ao Supremo Tribunal de Pequim.”

“Eu fui trancado numa prisão clandestina ao lado do Hotel Jingxi e acorrentado a uma cama, enquanto agentes de segurança se hospedavam no hotel e gastavam o orçamento de segurança em alimentos e bebidas de luxo. Não apenas não recebemos um único centavo, mas somos sujeitados a espancamento, prisão e tortura.”

Peticionários na China são frequentemente presos e perseguidos por terem a coragem de falar contra uma injustiça e impunidade no sistema do PCC.