Uma das maiores da história do estado, ressaca bloqueia avenidas e fecha Aeroporto Santos Dummont
RIO DE JANEIRO – Além das tempestades, causadas por uma frente fria, e dos deslizamentos de terra que castigaram o Rio de Janeiro nos últimos dias, uma ressaca está afetando desde esta quarta-feira toda a costa do estado, com fortes ventos e ondas de até 5 metros de altura, segundo informes da Marinha.
As águas do mar tomaram a faixa de areia e invadiram pistas em diversos pontos da orla da capital, Niterói, Saquarema e Cabo Frio. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a ressaca se estende desde Laguna, estado de Santa Catarina, até Casimiro de Abreu, no litoral norte do Rio de Janeiro.
No Rio, a força das ondas e a areia arrastada pelas ondas do mar causaram a interdição de vias importantes como a Avenida Atlântica, em Copacabana, e as avenidas do Aterro do Flamengo, que conectam a zona sul e o centro da cidade. As águas invadiram ainda parte da cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont, que teve de fechar por uns dias. O transporte por barcas também foi prejudicado, a linha Praça XV-Charitas está suspensa e as demais operam com redução de velocidade.
Na orla de Icaraí, em Niterói, pedestres assustados corriam buscando se proteger das ondas e carros passavam com dificuldade pelas vias alagadas. Apesar disso, muitas pessoas têm procurado a região para praticar surfe.
Segundo o Instituto de Meteorologia Climatempo, as ondas ultrapassam 6 metros em alto-mar. Helicópteros do Corpo de Bombeiros sobrevoam o litoral. O número de salvamentos ainda não foi divulgado.
Segundo o oceanógrafo David Zee, professor da UERJ, o fenômeno se deve a um ciclone extratropical que passou próximo ao litoral do Rio aumentando o tamanho das ondas.
A previsão é de que a ressaca, que é uma das maiores da história do estado do Rio de Janeiro, dure até este sábado.