Na América Latina e Caribe existem 127 milhões de pessoas trabalhando em condições de informalidade, em sua maioria pertencentes aos grupos de população mais vulneráveis, disse nesta terça-feira (27) a Organização Internacional do Trabalho (OIT) durante o lançamento de uma nova estratégia regional para apoiar os países na aplicação de medidas de formalização das empresas e dos empregos.
Ainda que os países conseguissem manter um crescimento econômico robusto, o que em alguns casos não está acontecendo, seriam necessários mais de 50 anos para reduzir à metade a taxa de informalidade de 47,7% dos trabalhadores ocupados urbanos, acrescentou a OIT durante a apresentação do Programa FORLAC, uma nova estratégia regional da agência da ONU que busca apoiar os países na implementação de medidas de formalização de empresas e empregos.
“A informalidade é persistente e não será reduzida sozinha”, explicou a diretora regional da OIT para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco, ao anunciar o FORLAC. “Estamos falando de um obstáculo importante para o desenvolvimento, pois impede o avanço na luta contra a pobreza e a desigualdade.”
“A formalização da informalidade representa um desafio político a nossos países, pois ao apresentar-se como um obstáculo para o progresso de nossas sociedades gera situações de frustração e desalento que têm o potencial de comprometer a confiança nas instituições e na governabilidade democrática”, acrescentou Tinoco.
Os dados da OIT revelam que entre os 20% com maior renda na região as situações de informalidade afetam a 30% das pessoas. Por outro lado, entre os 20% da população com menos renda, 73,4% estão em situação de informalidade.
A OIT destacou que na informalidade são frequentes o empreendimento, a iniciativa, o talento, o sacrifício e o esforço. No entanto, ao mesmo tempo a informalidade é sinônimo de empregos com baixos salários, sem proteção social nem direitos, sem estabilidade e com escassas perspectivas de futuro.
“A maioria das pessoas não se incorpora à informalidade por escolha, mas pela necessidade de sobreviver, de fazer algo que lhes permita levar uma renda, ainda que mínima, para suas casas”, disse a diretora regional da OIT.
Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil