OGMs e transgênicos: quando empresas e ciência pretendem modificar o mundo
Talvez você tenha ouvido ultimamente sobre a controvérsia em torno dos OGMs (GMO, na sigla em inglês) e esteja se perguntando: o que é exatamente um OGM?
OGM significa Organismo Geneticamente Modificado: um ser vivo que teve o seu material genético adulterado pela engenharia genética, sem que, contudo, nenhum material estranho de outro organismo lhe tenha sido agregado. Já um transgênico é um OGM, mas cuja modificação genética feita pelos cientistas utilizou genes de um outro ser vivo de outra espécia: ou seja, num transgênico há uma mistura entre genes de duas ou mais espécies diferentes de seres vivos. (leia mais sobre essa diferença)
Este processo permite a combinação de duas espécies diferentes, que normalmente não se combinariam na natureza. Um exemplo é o arroz geneticamente modificado que contém genes humanos ou o salmão do Atlântico manipulado para conter genes de espécies diferentes de peixes.
De acordo com o Projeto Não-OGM, 80% de todos os alimentos embalados e processados sendo vendidos contêm OGMs. Quais são seus potenciais riscos e como evitar OGMs? Aqui está seu curso intensivo e rápido.
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1. Que alimentos definitivamente contêm OGMs? Há certamente muitos testes e ensaios de campo sendo realizados por empresas de biotecnologia, desde batatas que brilham no escuro até salmão geneticamente manipulado.
Muitas dessas criações esperam aprovação da FDA (Administração de Drogas e Alimentos dos EUA) antes de poderem chegar aos mercados. No entanto, há muitas culturas transgênicas que nos são vendidas todos os dias sem nosso conhecimento, porque a indicação de OGM no rótulo não é obrigatória nos Estados Unidos.
Os principais ingredientes transgênicos vendidos para consumo nos Estados Unidos, de acordo com a organização Green America e o Projeto Não-OGM são: milho, soja, canola, algodão, açúcar de beterraba, mamão, alfafa, leite, abóbora, abobrinha e aspartame.
Não só você deve prestar atenção nesses ingredientes específicos em alimentos, mas também em seus ingredientes derivados, como a lecitina de soja, a proteína isolada de soja, o xarope de milho de alta frutose e o açúcar que não é listado como “açúcar de cana”. Estes ingredientes sorrateiros estão incluídos em todos os tipos de alimentos processados, incluindo condimentos, molhos para saladas, iogurtes, biscoitos, cereais, pães e até molhos para massas.
2. Quais são os possíveis riscos para a saúde por consumir OGMs? Uma das maiores preocupações em consumir alimentos transgênicos é a resistência aos antibióticos. De acordo com o Instituto para Tecnologia Responsável, genes antibióticos inseridos em culturas alimentares podem ajudar a criar “superdoenças” contra as quais os antibióticos que temos hodiernamente não serão eficazes.
Outros estudos têm mostrado um aumento acentuado em alergias alimentares, problemas digestivos, crescimento excessivo das células, o que pode resultar em câncer e problemas de infertilidade. Recomendo a leitura de alguns estudos de laboratório.
3. Como você pode evitar OGMs? Uma das coisas mais importantes que você pode fazer para garantir que você e sua família não estejam comendo alimentos geneticamente modificados é comprar alimentos orgânicos certificados ou aqueles verificados pelo Projeto Não-OGM.
Para obter a certificação orgânica, é necessário mostrar que um alimento não foi alterado geneticamente de forma alguma. Quanto aos alimentos não-orgânicos, alguns foram verificados pelo Projeto Não-OGM e levam o selo Não-OGM. Todos esses alimentos estão listados em seu website.
Há também um novo rótulo: Certificado de cultivo natural. Para obter esse certificado, um agricultor deve estar comprometido com o processo de crescimento orgânico e não deve usar qualquer semente geneticamente modificada.
Esse rótulo é mais viável para agricultores de pequeno porte, que podem não ser capazes de arcar com o custo de obter uma certificação orgânica completa. Você pode ver este tipo de rótulo em produtos de pequenos agricultores locais. (Você pode saber mais aqui)
Você também pode verificar as empresas que mais agressivamente apoiam o uso de OGMs e até mesmo o lobby contra esforços governamentais para rotular OGM nos alimentos. Algumas dessas empresas estão listadas aqui. Também é importante perceber que os OGMs são banidos ou rotulados em muitos países.
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A maneira como nós consumidores podemos influenciar a mudança nas políticas de alimentação é por meio de nosso dinheiro. Se todos começarmos a falar com nossos supermercados, escolas e restaurantes locais e pedir-lhes para pararem de usar transgênicos, eles terão de ouvir.
Se deixarmos de comprar alimentos GM-processados das grandes corporações, elas terão de começar a abordar essas preocupações ou sair do negócio. É importante lembrar que nós somos os melhores defensores de nossa saúde.
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Abril Reigart é técnica em saúde holística e graduada pelo Instituto de Nutrição Integrada. Ela dá treinamentos particulares e em grupo e faz palestras mensais pela web