Oficial diz que a China não precisa seguir os padrões alimentares internacionais

11/07/2013 13:00 Atualizado: 11/07/2013 13:00
Fórmula láctea infantil em prateleiras num supermercado em Shanghai, China. Um oficial da segurança alimentar da China afirmou na quarta-feira que o país deveria estabelecer seus próprios padrões alimentares e não seguir os regulamentos internacionais, já que é o país está em desenvolvimento (Peter Parks/AFP/Getty Images)

A China deve estabelecer seu próprio conjunto de normas para a segurança alimentar e não deveria seguir as normas internacionais, pois ainda é um país em desenvolvimento, afirmou um oficial da segurança alimentar à Rádio Nacional da China na quarta-feira.

Wang Zhutian, que é assistente do diretor do Centro Nacional da China para a Avaliação de Risco da Segurança Alimentar, disse: “Nós somos um país em desenvolvimento, por isso, temos de criar nossos próprios padrões de acordo com nossas condições nacionais.”

Ele explicou a necessidade de padrões distintos, como medidas diferentes de qualidade do ar entre os países desenvolvidos e a China. “Se usássemos as normas da União Europeia para avaliar a qualidade do ar de Pequim, então, falharíamos todos os dias.”

Produtos alimentícios da China têm sido atormentados com escândalos sucessivos de contaminação. No mês passado, a mídia estatal informou que empresas no Leste da China adicionavam sulfato de cobre em ovos de pato preservados para acelerar o processamento de maturação industrial.

Mesmo produtos alimentares básicos foram encontrados contaminados com produtos químicos ou metais tóxicos. Em maio, descobriu-se que o arroz do Sul da China tinha níveis excessivos de cádmio, que teria penetrado nos grãos através do solo poluído.

Em 2008, um enorme escândalo eclodiu após bebês alimentados com leite em pó produzido pelo Grupo Sanlu serem diagnosticados com pedras nos rins. Uma investigação revelou que a Sanlu e outras empresas de produtos lácteos adicionavam melamina ao pó para simular a presença de mais proteína. Hoje, a confiança do consumidor em marcas de leite em pó doméstico é tão baixa que Hong Kong decretou restrições sobre a quantidade de leite em pó que uma pessoa pode levar da cidade, pois chineses do continente estavam literalmente limpando as prateleiras das marcas de leite em pó importados.

Internautas ficaram furiosos com os comentários de Wang Zhutian. Um internauta de Pequim postou o seguinte no Sina Weibo, uma plataforma popular de microblogue na China: “Isso significa que as pessoas nos países em desenvolvimento deveriam comer melamina, plastificantes, corante vermelho-sudão e óleo de sarjeta? E que todos devem ter uma expectativa de vida mais curta simplesmente por causa da poluição do ar?”

Óleo de sarjeta é o óleo de cozinha que foi reciclado a partir de resíduos de restaurante, ralos e caixas de gordura e que é usado por vendedores ambulantes e em restaurantes para reduzir os custos operacionais. Os plastificantes foram encontrados no licor chinês e o corante vermelho-sudão é uma substância cancerígena comumente encontrada em plásticos e materiais sintéticos e que foi encontrado em 88 produtos alimentares chineses numa investigação de 2005.

Um internauta da província de Henan comentou: “Quando se trata do padrão de vida dos cidadãos comuns, vocês [oficiais] falam de incompatibilidade com os países desenvolvidos. Mas quando se trata de conforto e luxo para vocês, então, vocês estão par a par com os padrões internacionais!”

Outro internauta de Hong Kong observou que, enquanto as normas de segurança alimentar da China não satisfazem as dos países desenvolvidos, “os preços dos alimentos são muitas vezes mais caros do que nos países desenvolvidos”.

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