Oficial da segurança chinesa demitido por acobertar transgressões do filho

18/12/2012 01:17 Atualizado: 18/12/2012 01:47
Li Yali, ex-vice-diretor da Secretaria de Segurança Pública da província de Shanxi, fez o que pôde para prevenir que seu filho fosse punido por ser pego dirigindo bêbado (Tyrd.gov.cn)

Um oficial da segurança pública na província de Shanxi foi demitido depois que usou sua posição e táticas coercivas para proteger e encobrir a resposta violenta e abusiva de seu filho numa batida de trânsito.

Li Yali, que é o diretor-adjunto da Secretaria de Segurança Pública na província de Shanxi e secretário da Secretaria de Segurança Pública da cidade de Taiyuan, foi exonerado de suas funções em 6 de dezembro. Li Yali é acusado de abuso de poder ao tentar encobrir e reduzir as penalidades de seu filho, que atacou a polícia durante uma blitz.

Para bloquear o vazamento da notícia, Li Yali usou métodos intrusivos e abusivos para controlar e monitorar as pessoas relacionadas ao incidente, segundo relatos dos portais de mídia Sina e China Times no continente.

Antes da censura de Li Yali, apareceram relatos na internet alegando que seu filho Li Zhengyuan havia resistido à prisão após ser parado por dirigir embriagado. Quando o patrulheiro Xia Kun verificou a identificação de Li Zhengyuan, este o ameaçou com violência, dizendo, “Eu irei agredi-lo toda vez que o vir, agora que você já sabe quem sou.”

Quando transeuntes repreenderam Li Zhengyuan, ele respondeu, “Saiam do meu caminho, isso não é da conta de vocês. Estou apenas resolvendo assuntos de família.”

Depois disso, oficiais subordinados supostamente ajudaram Li Yali a falsificar provas, excluindo conteúdo e detalhes no registro policial e diminuindo o nível de álcool testado. Isto resultou numa redução da penalidade de seu filho por “dirigir embriagado” para “dirigir após a ingestão de limitada quantidade de álcool”. Li Yali fez um grande esforço para evitar que a situação se tornasse pública.

O China Times informou os detalhes das ordens de Li Yali para resolver o caso do seu filho dirigir embriagado por meio do monitoramento telefônico e da internet.

Foi dito que o telefone do oficial Xia Kun seria confiscado e seu novo telefone celular seria cuidadosamente monitorado e todas as chamadas da mídia seriam “investigadas”.

O histórico de chamadas e o correio de voz do oficial Xia Kun também seriam investigados e qualquer um que fosse identificado mencionando Li Yali seria rastreado e “investigado”.

Além disso, a censura de palavras-chave em mensagens de texto de telefone celulares seria implementada por razões de segurança para filtrar qualquer um que possa mencionar Li Yali. Uma vez que o nome Li Yali seja identificado numa mensagem de texto, o dono do celular seria “investigado”.

Além disso, endereços de IP seriam rastreados para identificar indivíduos que postassem informações na internet relacionadas com este caso. Essas pessoas seriam “investigadas” para evitar novas postagens na web.

Yan Lieshan, colunista do Diário Metropolitano do Sul, disse que, em sua opinião, o principal motivo que fez Li Yali realizar toda essa mobilização é porque a polícia tem muito poder.

“A posição de chefe da segurança é extremamente importante, pois pode mobilizar uma grande quantidade de recursos”, disse Yan Lieshan.

A centralização do poder é outra razão por que Li Yali pode ordenar todas essas coisas e porque muitos de seus superiores e subordinados o apoiam, disse Yan Lieshan.

“Alguns são forçados a cooperar, como Xia Kun que foi espancado. Outros apoiam de forma proativa, até mesmo querendo ganhar algo com suas ações”, disse ele.

Um internauta no Weibo disse, “Todos os policiais de trânsito de Taiyuan deram falso testemunho para defender o filho de um oficial privilegiado do governo. Isto se tornou motivo de chacota para o sistema judicial chinês. O fato de que tal coisa aconteça quando a reforma anticorrupção é tão elogiada pelo governo central, mostra que o medo da exposição ainda não abalou a fundação da corrupção do regime.”

Xi Jinping, o novo líder chinês, indicou que haverá uma grande campanha de “retificação do Partido Comunista Chinês” para acabar com a corrupção, a ser lançada na próxima primavera, segundo relatos divulgados após o 18º Congresso. Internautas chineses expuseram recentemente vários escândalos de corrupção em reação ao anúncio da campanha.

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