Oficial comunista em fuga faz avião retornar a China em pleno voo, diz fonte

02/09/2012 04:37 Atualizado: 02/09/2012 04:37
A polícia cercou a pista quando o CA981 pousou em Pequim em 29 de agosto. (Weibo.com)

O voo CA981, que estava há sete horas num voo de Pequim para Nova York, virou e voltou à China em 29 de agosto. Detalhes oficiais sobre o incidente são escassos e vagos, mas uma fonte disse ao Epoch Times que a companhia aérea foi ordenada a retornar à China pelo Ministério da Segurança Nacional devido a um alto oficial a bordo, do mesmo nível que um membro do Politburo, que tentava fugir para os Estados Unidos.

O Politburo é considerado o órgão político mais poderoso do regime chinês. Seus membros mantêm posições em ministérios e regiões administrativas.

Rumores foram postados na plataforma chinesa de microblogue Sina Weibo que uma mulher foi imediatamente cercada pela polícia após o pouco do avião e que um oficial que fugia estava de fato a bordo. O Weibo reforçou a censura e começou a apagar comentários.

Uma declaração oficial simplesmente diz, “Devido à informação ameaçadora recebida sobre o voo CA981, para garantir a segurança dos passageiros, o voo retornou ao Aeroporto Internacional de Pequim”, informou a CNN.

A mídia estatal chinesa Diário do Povo disse que a causa da mudança era uma “ameaça”.

Outra publicação vinculada ao Diário do Povo, o Jinghua Times, publicou um artigo dizendo que a mensagem de ameaça foi recebida dos “Estados Unidos”. E acrescentou que “depois de duas verificações de segurança cuidadosas após o avião pousar em Pequim, o polícia não detectou qualquer mercadoria perigosa”.

Um passageiro disse que não foi informado do retorno do voo até ser preparado para desembarcar em Pequim, segundo o Jinghua Times.

Passageiros esperam por um novo voo em 29 de agosto. (Weibo)

No entanto, internautas chineses foram rápidos em questionar as reivindicações feitas pela mídia estatal. “Se houvesse uma ameaça, por que não pousaram nas proximidades e preferiram viajar horas de volta”, perguntou Mark, um usuário do Weibo de Pequim.

Wang Qiang, cujo certificado do Weibo identifica-o como um funcionário do Ministério da Ciência e Tecnologia, publicou no Weibo que quando questionou uma aeromoça por que o mapa da rota mostrava que o avião voltaria a Pequim, ele foi informado de que era “um erro de exibição do mapa”. Wang Qiang disse que estava a caminho de uma conferência em Washington DC e a perderá devido ao incidente.

Uma foto postada na mídia social chinesa Sina Weibo mostrou o Aeroporto Internacional de Pequim lotado pela polícia após o desembarque do CA981. “Eu nunca vi tantos policiais. Eles nos deram uma lancheira e uma garrafa de água, mas não tenho qualquer vontade de comer”, escreveu o usuário Nationtiebu do Weibo, que estava no CA981.

“Para mim, isso significa que o que aconteceu em CA981 não foi, em primeiro lugar, uma emergência do tipo que o avião tenha de pousar imediatamente; segundo, era necessário trazê-lo de volta à China por questões jurídicas; terceiro, não era adequado a divulgação e teve de ser encoberto”, comentou Taoi, outro usuário.

É um período sensível para as autoridades de Pequim, já que o expurgo de Bo Xilai revelou o maior escândalo político das últimas décadas e o Partido Comunista se prepara para a mudança de sua liderança, que ocorre uma vez a cada década e está programada para outubro deste ano.

É conhecimento comum na China que as autoridades comunistas, especialmente os mais corruptos, têm ligações com países estrangeiros e estão prontos para fugir, possivelmente com grandes somas de dinheiro.

Poucos dias atrás, relatos oficiais confirmaram que Wang Guoqiang, o líder do Partido Comunista na cidade de Fengcheng, província de Liaoning, fugiu para os Estados Unidos. Rumores circulavam na internet chinesa que Wang Guoqiang obteve um passaporte e visto para ir à formatura de sua filha. A imprensa oficial disse que desviou e levou com ele 200 milhões de yuanes (31 milhões de dólares).