O voo CA981, que estava há sete horas num voo de Pequim para Nova York, virou e voltou à China em 29 de agosto. Detalhes oficiais sobre o incidente são escassos e vagos, mas uma fonte disse ao Epoch Times que a companhia aérea foi ordenada a retornar à China pelo Ministério da Segurança Nacional devido a um alto oficial a bordo, do mesmo nível que um membro do Politburo, que tentava fugir para os Estados Unidos.
O Politburo é considerado o órgão político mais poderoso do regime chinês. Seus membros mantêm posições em ministérios e regiões administrativas.
Rumores foram postados na plataforma chinesa de microblogue Sina Weibo que uma mulher foi imediatamente cercada pela polícia após o pouco do avião e que um oficial que fugia estava de fato a bordo. O Weibo reforçou a censura e começou a apagar comentários.
Uma declaração oficial simplesmente diz, “Devido à informação ameaçadora recebida sobre o voo CA981, para garantir a segurança dos passageiros, o voo retornou ao Aeroporto Internacional de Pequim”, informou a CNN.
A mídia estatal chinesa Diário do Povo disse que a causa da mudança era uma “ameaça”.
Outra publicação vinculada ao Diário do Povo, o Jinghua Times, publicou um artigo dizendo que a mensagem de ameaça foi recebida dos “Estados Unidos”. E acrescentou que “depois de duas verificações de segurança cuidadosas após o avião pousar em Pequim, o polícia não detectou qualquer mercadoria perigosa”.
Um passageiro disse que não foi informado do retorno do voo até ser preparado para desembarcar em Pequim, segundo o Jinghua Times.
No entanto, internautas chineses foram rápidos em questionar as reivindicações feitas pela mídia estatal. “Se houvesse uma ameaça, por que não pousaram nas proximidades e preferiram viajar horas de volta”, perguntou Mark, um usuário do Weibo de Pequim.
Wang Qiang, cujo certificado do Weibo identifica-o como um funcionário do Ministério da Ciência e Tecnologia, publicou no Weibo que quando questionou uma aeromoça por que o mapa da rota mostrava que o avião voltaria a Pequim, ele foi informado de que era “um erro de exibição do mapa”. Wang Qiang disse que estava a caminho de uma conferência em Washington DC e a perderá devido ao incidente.
Uma foto postada na mídia social chinesa Sina Weibo mostrou o Aeroporto Internacional de Pequim lotado pela polícia após o desembarque do CA981. “Eu nunca vi tantos policiais. Eles nos deram uma lancheira e uma garrafa de água, mas não tenho qualquer vontade de comer”, escreveu o usuário Nationtiebu do Weibo, que estava no CA981.
“Para mim, isso significa que o que aconteceu em CA981 não foi, em primeiro lugar, uma emergência do tipo que o avião tenha de pousar imediatamente; segundo, era necessário trazê-lo de volta à China por questões jurídicas; terceiro, não era adequado a divulgação e teve de ser encoberto”, comentou Taoi, outro usuário.
É um período sensível para as autoridades de Pequim, já que o expurgo de Bo Xilai revelou o maior escândalo político das últimas décadas e o Partido Comunista se prepara para a mudança de sua liderança, que ocorre uma vez a cada década e está programada para outubro deste ano.
É conhecimento comum na China que as autoridades comunistas, especialmente os mais corruptos, têm ligações com países estrangeiros e estão prontos para fugir, possivelmente com grandes somas de dinheiro.
Poucos dias atrás, relatos oficiais confirmaram que Wang Guoqiang, o líder do Partido Comunista na cidade de Fengcheng, província de Liaoning, fugiu para os Estados Unidos. Rumores circulavam na internet chinesa que Wang Guoqiang obteve um passaporte e visto para ir à formatura de sua filha. A imprensa oficial disse que desviou e levou com ele 200 milhões de yuanes (31 milhões de dólares).