Oficial chinês ligado ao ex-chefe da segurança da China é destituído

07/01/2014 16:35 Atualizado: 07/01/2014 16:35

Um alto funcionário comunista chinês com ligações com o ex-chefe da segurança pública da China foi demitido e submetido à investigação, segundo uma breve declaração na imprensa oficial chinesa recentemente.

O funcionário Li Chongxi é mais conhecido por ser um subalterno próximo do ex-chefe de segurança pública Zhou Yongkang. Li era o secretário de nível mais alto sob Zhou, quando este foi secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) na província de Sichuan em 1999-2002.

Durante anos, Li também foi um participante ativo na campanha de perseguição à disciplina espiritual do Falun Gong, desde 1999, quando a campanha foi organizada e iniciada pelo ex-líder chinês Jiang Zemin. Zhou Yongkang, chefe direto de Li, também era uma figura principal na campanha contra o Falun Gong.

Até a recente transição da liderança chinesa no final de 2012, Zhou foi um dos homens mais poderosos da China. Em 2013, o aparato político que Zhou e seus aliados construíram ao longo de quase uma década foi discreta e sistematicamente desmantelado.

A remoção e investigação de Li Chongxi vem na esteira da queda de Li Dongsheng, que nos últimos 14 anos foi vice-diretor ou diretor da Agência 610, um órgão secreto e extralegal da inteligência chinesa encarregado de erradicar o Falun Gong. Isso também se segue a uma série de investigações de outros altos funcionários, alguns deles no setor de petróleo em Sichuan.

No centro das investigações está Zhou Yongkang, que por muitos meses estaria sob o escrutínio da liderança comunista. Comentaristas do Epoch Times previram a queda de Zhou desde o início de 2012, após o escândalo envolvendo o poderoso político chinês Bo Xilai, um membro do Politburo que caiu de forma espetacular. O Epoch Times também descobriu a partir de fontes na China que Zhou está sendo investigado.

O título oficial mais recente de Li Chongxi era o de presidente da Conferência Consultiva Política Popular da província de Sichuan, que é um órgão consultivo controlado pelo PCC.

O anúncio de que ele estava sendo investigado foi feito por um funcionário do departamento de “inspeção disciplinar” do PCC, que investiga a corrupção no oficialismo. O anúncio consistiu numa única frase dizendo que Li está sendo investigado porque é suspeito de “graves violações da lei”.

Li é o 18º oficial de nível provincial da China que foi demitido e investigado desde o ano passado, segundo um resumo preparado pelo Diário do Povo, uma mídia estatal porta-voz do Partido Comunista. Ele é o terceiro funcionário de alto escalão em Sichuan, o antigo reduto de Zhou Yongkang, a ser destituído.

De acordo com o QQ, um portal da web chinesa, era amplamente conhecido nos círculos oficiais de Sichuan que Li estava sendo investigado.

A linha oficial do PCC é que esses quadros estão sendo demitidos e investigados por suspeita de envolvimento em corrupção financeira. No caso de Li Chongxi, e de outros altos funcionários de Sichuan, tais alegações encobririam os verdadeiros esforços de limpar o resto da facção organizada em torno do ex-líder Jiang Zemin e de Zhou Yongkang.

Zhou Yongkang foi conhecido por ser um patrono e defensor de Bo Xilai, o membro do Politburo agora deposto.

Li Chongxi, de 62 anos, está na política chinesa há mais de 30 anos, mas o maior salto em sua carreira ocorreu entre 2000 e 2002, quando ele foi promovido a um cargo provincial a partir de uma posição local muito inferior. Ele foi novamente promovido a vice-secretário provincial em 2002, antes de Zhou Yongkang deixar a Secretaria de Segurança Pública.

A promoção de Li ocorreu porque ele era “fortemente apreciado” por Zhou Yongkang por seu papel ativo na perseguição aos praticantes do Falun Gong, segundo Chen Simin, um analista de assuntos contemporâneos da China, escrevendo na edição chinesa do Epoch Times.

Embora Li Chongxi não detivesse cargo oficial nas forças de segurança, o Minghui.org, um website do Falun Gong, observou num artigo que ele presidiu reuniões secretas em Sichuan para promover a perseguição aos praticantes do Falun Gong na província. “Sichuan se tornou um dos lugares de perseguição mais intensa”, disse Chen. “Li Chongxi não pode fugir da responsabilidade por isso.”

O professor de chinês Zhao Xiao postou uma foto em sua conta no Weibo mostrando Zhou Yongkang numa viagem de inspeção em Sichuan acompanhado por um grupo de funcionários em 2004. À direita e atrás dele está Li Chongxi. Na imagem também estão Guo Yongxiang e Li Chuncheng, outros dois membros do PCC que também foram removidos.

Acompanhando a imagem, Zhao Xiao escreveu: “Ouvi dizer que todos os altos funcionários nesta imagem foram presos, exceto um.”