Oficial do Partido Comunista Chinês reivindica paternidade de metade das crianças em sua aldeia

05/09/2013 12:46 Atualizado: 05/09/2013 12:46
Uma criança na província de Henan, onde a vida em sua vila retornou a China da década de 1960, rejeitando as reformas de mercado e retornando a economia coletiva pelo bem da comunidade. Um oficial comunista no Oeste da China reivindica a paternidade de metade das crianças de sua aldeia com esposas "deixada para trás" por maridos que foram procurar emprego nas cidades (Peter Parks/AFP/Getty Images)
Uma criança na província de Henan, onde a vida em sua vila retornou a China da década de 1960, rejeitando as reformas de mercado e retornando a economia coletiva pelo bem da comunidade. Um oficial comunista no Oeste da China reivindica a paternidade de metade das crianças de sua aldeia com esposas “deixada para trás” por maridos que foram procurar emprego nas cidades (Peter Parks/AFP/Getty Images)

Um secretário do Partido Comunista Chinês seria o pai de metade das crianças numa vila na província ocidental de Henan.

Usando o pseudônimo Da Wan, o oficial teria dito ao Diário do Povo, uma mídia estatal porta-voz do regime chinês: “Nesta aldeia, metade das crianças são minhas”, referindo-se a um pequeno vilarejo a uns 50 quilômetros a sudoeste da cidade de Sanmenxia.

A verdade da alegação não pode ser verificada independentemente, embora várias mensagens que mencionaram a história, como no Sina News, tenham sido censuradas.

Na China rural, é comum que um ou ambos os pais migrem para as cidades em busca de trabalho, criando o fenômeno generalizado dos “familiares deixados para trás”. Essa mudança na unidade familiar cria graves problemas sociais, com as crianças frequentemente não recebendo a atenção ou educação adequadas.

De acordo com o comentário do Diário do Povo, o oficial Da Wan esperaria o marido de uma mulher ir embora e a visaria como mais uma conquista. No entanto, o repórter disse que os moradores locais estão mais chateados com a ocupação ilegal das suas propriedades de que com o assédio sexual ou negócios ilícitos, sugerindo que a verdadeira motivação do oficial é adquirir terras.

Segundo um estudo citado no artigo, mais da metade das “esposas deixadas para trás” na China nunca visitam seus maridos que trabalham nas cidades e 20% são infiéis. O artigo também afirma que há atualmente 47 milhões de mulheres chinesas que foram deixadas para trás nas aldeias.

Internautas reagiram fortemente à notícia com vários comentários no Sina Weibo. Um internauta de Henan escreveu: “Miserável, odioso e terrível.” Outro de Gansu disse: “O que podemos fazer para evitar essa perda de moralidade?”

“Não é isso como ‘Cold Mountain’?”, comentou um blogueiro de Sichuan, referindo-se ao filme sobre a Guerra Civil Americana, durante a qual alguns oficiais aterrorizavam famílias do sul ao invés de protegê-las, enquanto os homens locais estavam fora combatendo o norte.