Dois conjuntos de autoridades norte-americanas estão na vanguarda para pressionar a administração Obama a armar a oposição na Síria, argumentando que isso permitiria quebrar a prolongada guerra civil que já resultou em mais de 70 mil mortes.
Os senadores Bob Corker (R-TN) e Robert Menendez (D-NJ) anunciaram a introdução da Lei de Apoio à Transição da Síria, legislação que estabelece planos para uma Síria além do atual e severamente criticado líder Bashar al-Assad.
“Para mudar o ponto de inflexão na Síria contra o regime de Assad, devemos apoiar a oposição, fornecendo armas letais e ajudando a construir uma Síria livre”, disse Menendez (D-NJ), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, no anúncio.
Nos termos da legislação, os Estados Unidos começariam a armar a oposição síria, algo que o governo Obama até agora tem evitado.
Armar os rebeldes ajudaria a “evitar uma tomada extremista”, disse Corker. A legislação inclui o fornecimento de treinamento militar para a oposição.
O presidente Barack Obama, encontrando-se com o primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, disse que os Estados Unidos continuarão a apoiar a oposição com suprimentos não letais, mas que não têm fornecido armas.
Outros oficiais que pressionam Obama para armar os rebeldes são os senadores John McCain (R-Ariz) e Lindsey Graham (R-SC).
McCain, como outros oficiais, não pede tropas norte-americanas no território, mas ele quer que medidas sejam tomadas. Ele disse que os EUA precisam “fornecer armas para as pessoas certas na Síria que lutam obviamente pelas coisas que acreditamos”, numa entrevista à Fox News.
“Podemos usar nossas capacidades de ataque de precisão para alvejar aviões de Assad e lançadores de mísseis SCUD no solo sem que nossos pilotos tenham de voar para os dentes de defesa aérea da Síria”, disse McCain ao The Hill. “Armas semelhantes poderiam ser usadas para destruir seletivamente peças de artilharia e fazer as forças de Assad pensarem duas vezes sobre manterem suas posições. Poderíamos usar também baterias de mísseis Patriot fora da Síria para ajudar a proteger zonas seguras na Síria que são alvo de bombardeio aéreo e ataques de mísseis de Assad.”
“Será que qualquer uma dessas opções terminaria imediatamente com o conflito? Provavelmente não. Mas elas poderiam salvar vidas inocentes na Síria.”
Graham disse que um consenso bipartidário está se formando no Senado para armar a oposição.
A oposição expressou raiva recentemente pelos EUA e outros países que não fornecem armas. Moaz al-Khatib, líder da Coalizão Nacional de Oposição (CNO), demitiu-se recentemente para expressar sua consternação sobre o assunto.
“Khatib está renunciando para denunciar a falta de ação substancial da comunidade internacional em nome do povo sírio”, disse Marwan Hajjo, oficial do CNO.
A coalizão disse que há um “imperativo moral” para impor uma zona de exclusão aérea e assim impedir os ataques do governo sírio, além da necessidade do fornecimento de armas.
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