Oficiais comunistas desafiaram Hu Jintao e ficam fora do próximo Congresso Nacional

27/07/2012 12:00 Atualizado: 27/07/2012 12:00

Delegados chineses durante o Congresso do Partido Comunista Chinês no Grande Salão do Povo em 21 de outubro de 2007, em Pequim. (Andrew Wong/Getty Images)O processo secreto e de alto risco de seleção dos delegados para o 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC) continua. Dois oficiais que escreveram um editorial negativo sobre Hu Jintao foram aparentemente eliminados.

Em 3 de julho, o 11º Congresso do PCC em Pequim elegeu 64 representantes para o 18º Congresso Nacional do PCC, previsto para este ano. A lista não foi publicada até 19 de julho.

Mei Ninghua, o chefe do Diário de Pequim, não estava nela. O nome de Liu Qi, o ex-secretário do PCC em Pequim, também não foi encontrado.

Também em 3 de julho, Liu Qi foi substituído por Guo Jinlong. Guo, o atual prefeito de Pequim, foi processado por praticantes do Falun Gong no exterior por seu papel na perseguição à prática espiritual na China.

Mei Ninghua e Liu Qi estariam por atrás de um artigo provocador publicado há alguns meses no Diário de Pequim, intitulado, “O secretário-geral não está acima do Comitê Central do PCC”, referindo-se ao líder chinês Hu Jintao, que pode ter aproveitado a oportunidade agora para eliminar a dupla.

O Diário de Pequim é uma mídia oficial administrada pela liderança do PCC na capital e costumava ser diretamente controlada por Liu Qi. O jornal frequentemente apoiou Zhou Yongkang, o chefe brutal da segurança pública chinesa.

Duas semanas depois do ex-secretário Bo Xilai ser removido de seus postos no PCC em Chongqing, o Diário de Pequim publicou um artigo em 31 de março, intitulado, “Quando nosso PCC começou a chamar seu líder supremo de ‘secretário-geral’?”

O artigo desafiava direta e abertamente a autoridade de Hu Jintao, que visitava o Camboja na época. O texto dizia, “O secretário-geral não deve ser a maior autoridade sobre o Comitê Central do PCC” e “a liderança coletiva deve ser enfatizada.”

Em maio, depois que o ativista cego dos direitos civis Chen Guangcheng deixou a embaixada dos EUA em Pequim para receber tratamento num hospital, Liu teria estado por detrás de artigos de opinião negativos sobre Chen e a embaixada norte-americana em jornais sob seu controle, incluindo o Diário de Pequim, o Noticiário de Pequim e o Diário Jovem de Pequim. Eles ecoaram os comentários feitos pelo Global Times, uma mídia nacionalista supervisionada pelo Diário do Povo, que é a principal porta-voz do PCC e é controlada por Zhou Yongkang e Zeng Qinghong, um ex-corretor de energia do PCC.