Oficiais chineses recompensados com 30.000 yuanes por enviar praticantes do Falun Gong para campos de trabalho forçado

04/06/2012 03:00 Atualizado: 04/06/2012 03:00

Entrada do campo de trabalho forçado de Masanjia, usado para perseguir praticantes do Falun Gong, é um dos maiores campos de trabalho na China. (The Epoch Times)Oficiais comunistas foram recompensados com 30 mil yuanes (4.700 dólares) por colocarem dois praticantes do Falun Gong no campo de trabalho forçado feminino da província de Hebei, revelou uma fonte ao Epoch Times.

O Comitê dos Assuntos Político-Legislativos local publicou o montante como um “prêmio em dinheiro” pelo êxito em enviar praticantes do Falun Gong para campos de trabalho forçado. O dinheiro é geralmente dividido entre a delegacia de polícia local, a brigada de segurança nacional, e a Agência 610, uma agência de inteligência policial extralegal criada em 1999 exclusivamente para suprimir o Falun Gong.

Um praticante do Falun Gong, que quis ser identificado apenas pelo pseudônimo Zhang Qiang, também informou ao Epoch Times que quando ele foi ilegalmente condenado à prisão em 2002, o chefe do Departamento de Segurança Pública Provincial foi recompensado com 70 mil yuanes.

“Internamente, as agências de segurança pública têm quotas [para perseguir praticantes do Falun Gong]. Se você ‘reeducar’ um, você é recompensado certa quantidade de dinheiro; se você sentenciar um a prisão, outro valor é premiado. As agências de segurança pública têm tudo isso listado em suas planilhas de desempenho.”

Tais planilhas mantêm o controle do que os oficiais chamam de “conquistas políticas”, para que possam receber recompensas ou promoções de acordo com o número de detenções feitas.

Ji Qing, um especialista em China baseado em Washington DC, disse que estes valores elevados sugerem que a perseguição do Partido Comunista Chinês ao Falun Gong não é apoiada pelo povo chinês, e só pode ser sustentada por meio de subornos monetários.

No início deste mês, o ativista de direitos humanos Chen Guangcheng revelou num vídeo dirigido ao primeiro-ministro chinês Wen Jiabao que as autoridades locais em sua terra natal, na província de Shandong, gastam mais de 60 milhões de yuanes (9,5 milhões de dólares) para mantê-lo e sua família em prisão domiciliar.

Chen também expressou em seu vídeo que cada guarda ganha 100 yuanes por dia (15,70 dólares), enquanto o guarda chefe fica com 10 yuanes do salário de cada guarda para si mesmo. Chen observou que o valor de 90 yuanes é ainda muito mais do que os 50 a 60 yuanes que os trabalhadores locais tipicamente fazem em um dia.

Segundo dados oficiais do governo chinês, o orçamento previsto para a segurança nacional este ano chegará a mais de 701 bilhões de yuanes (109 bilhões de dólares), maior do que o orçamento previsto para a defesa nacional, em aproximadamente 670 bilhões de yuanes. As despesas da “segurança pública” fazem parte da política do governo comunista de “weiwen”, que mobiliza o aparato de segurança do país para manter o controle sobre a população chinesa em nome da “manutenção da estabilidade”.

No entanto, muitos especulam que os números reais são ainda maiores. O estudioso chinês e blogueiro Kong Xiangxin escreveu em seu artigo “Quantas pessoas na China vivem sob a ‘manutenção da estabilidade'” que ele acredita que mais de 2 trilhões de yuanes (314 bilhões de dólares) são gastos anualmente em despesas de manutenção da estabilidade (weiwen).

Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.