Uma forma correta e simples de resumir a visão de governo dos progressistas é dizer que eles querem que o Estado tenha mais poder sobre os cidadãos. Não se trata apenas de falar em tamanho do Estado, mas em funções e extensão da intromissão do mesmo na vida das pessoas e da comunidade. Obviamente isso é muito mais fácil de ser realizado na forma desejável e sonhada por todo progressista, ou seja, por uma “ditadura do proletariado” ou qualquer outra forma de ditadura disfarçada por eufemismos: socialismo do século 21, comunismo ou mesmo o capitalismo de Estado.
Em países democráticos, o crescimento do controle e poder pelo Estado se dá por vias mais lentas, negociadas. E quanto mais equilibrado for o sistema legal e bem constituída sua sociedade, mais difícil ainda se torna o processo. Importa dizer aqui que os progressistas, nas democracias, vão testando o alcance de seu poder atual. Cabe à sociedade organizada e ciente desses movimentos opor resistência e denunciar essas tentativas, cujo fim é o controle total.
O presidente Barack Obama é um progressista, não há dúvidas. Quando o presidente dos EUA passou a renegada medida que pôs em prática o Obamacare mesmo contra a vontade da opinião pública e sem contar com nem ao menos um voto sequer dos republicanos nas duas casas legislativas, fato inédito para uma medida tão grande e importante, ele estava dando um sinal bem claro: Obama tem pressa!
Por mais que tenham feito mobilizações e reclamações contra o Obamacare, ele se tornou realidade. É algo tão chocante para os americanos que somente o jornalismo criativo e preocupado com a realidade seria capaz de captar e explicar rapidamente. Foi o que fez a emissora WTAE, de Pittsburgh: colocou uma câmera na sala de uma pequena empresa da cidade para registrar as reações dos funcionários ao serem informados do quanto lhes custará o Obamacare. Ainda que você não tenha lido nada sobre essa medida e não domine plenamente o inglês, recomendo que acompanhe essa reportagem no site da emissora. Abaixo, a reportagem no YouTube.
O avanço dos governos progressistas é condicionado ao grau de fanatismo ideológico do grupo no poder e à situação do seu país. Será que sabemos identificar quais são os “grandes saltos” já conquistados ou em gestação por aqui? Terá sido o desafio e esmagamento de uma das classes trabalhadoras mais bem instruídas e espalhadas pelo Brasil, a dos médicos, por meio da narrativa classicista e intolerante em favor do “Mais Médicos”? Será a tentativa de barrar protestos contra a Copa utilizando-se das Forças Armadas e dessa forma usurpando atribuições normalmente cabíveis às polícias estaduais? Terá sido a absurda proposta de reforma política do PT, temporariamente esquecida?
Sabendo que nos EUA as forças políticas estão muito mais equilibradas que por aqui, fica a questão preocupante: será possível levantar qualquer oposição ao novo atropelo que nos apresentarem?
Esta matéria foi originalmente publicada pelo Reaçonaria