Obama discursa sobre reduções nucleares no Portão de Brandemburgo, Alemanha

19/06/2013 13:33 Atualizado: 19/06/2013 15:17
Obama discurso em berlim
O presidente dos EUA, Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, após discurso de Obama no Portão de Brandemburgo, em Berlim, Alemanha (Sean Gallup / Getty Images)

O presidente dos EUA, Barack Obama, discursou nesta quarta-feira (19) para uma multidão reunida no icônico Portão de Brandemburgo, em Berlim, na Alemanha. Muitas mudanças ocorreram desde o famoso discurso da Guerra Fria de John F. Kennedy, no mesmo local. O discurso de Obama se concentrou na redução dos arsenais nucleares do mundo.

Entretanto, existe similaridade com o discurso da Guerra Fria em um aspecto: a busca pela redução de um terço dos arsenais nucleares dos Estados Unidos e da Rússia. Obama discutiu o assunto com o presidente russo Vladimir Putin nesta segunda-feira (17) durante o encontro do G8. Nos EUA os republicanos tendem a resistir a reduções dos estoques norte-americanos.

O índice de aprovação de Obama na Alemanha ainda é alto, mas a sua recepção em Berlim não foi tão robusta como em 2008. Naquela época, Obama permeava a sociedade alemã como uma figura inspiradora. Durante a missa de Natal da meia-noite, na legendária Catedral de Berlim em 2008, as únicas palavras em inglês que o sacerdote repetidamente pronunciou foram: “Sim, nós podemos!”, com um sotaque transformando o “w” em “v”, ao entoar com entusiasmo o slogan de Obama.

Em 2008, Obama foi recebido em Berlim por uma multidão de cerca de 200 mil pessoas, porém hoje (19), foi bem mais modesto, estima-se que duas mil pessoas compareceram, segundo a CNN.

Obama começou seu discurso brincando, reconhecendo que ele e a chanceler alemã, Angela Merkel, não se parecem com os líderes antecessores dos Estados Unidos e da Alemanha, respectivamente. Ele elogiou os filósofos e artistas alemães, incluindo Immanuel Kant, citando particularmente os ideais de liberdade.

“Foi criada aqui em Berlim uma ilha de democracia, contra todas as probabilidades”, disse Obama enquanto refletia sobre a história da cidade. “Liberdade é possível aqui em Berlim.”

“Quando o muro [de Berlim] finalmente caiu, eram os seus sonhos se realizando… são os cidadãos que escolhem se desejam ser separados por uma parede ou se querem derrubá-la”, ele disse. “Embora eu não seja o primeiro presidente americano a estar nesse portão, eu tenho orgulho de vir ao seu lado oriental para prestar homenagem ao seu passado”. Kennedy e o ex-presidente dos EUA, Ronald Reagan, tiveram que ficar no lado ocidental antes da queda do muro, que marcou a unificação do lado leste, comunista, com o Ocidental, democrático.

Ditaduras corruptas abriram o caminho para a democracia, disse o presidente. “A abertura ganhou, a tolerância ganhou, a liberdade foi conquistada… aqui em Berlim.”

Obama mencionou “sem mais paredes, sem mais abrigos” – talvez prenunciando o tema nuclear pautado em seu discurso -, ressaltando a falsa sensação de paz e satisfação mundial. “A complacência não é a característica de grandes nações.”

Ele lembrou o discurso de Kennedy, dizendo: “‘Ich bin ein Berliner’ (Eu sou um berlinense) e ecoo através dos tempos… mas isso não é tudo”. Obama também citou outra parte do discurso de Kennedy: “Olhe para o dia de paz com justiça”. Enfatizando a busca pela volta dos dias de paz, ele disse: “Enquanto existirem armas nucleares, não estamos verdadeiramente seguros”.

Ele falou sobre a necessidade de derrubar as paredes da diferença e da divisão cultural, para realmente combater o terrorismo e a injustiça. “Enquanto essas paredes existirem em nossos corações, vão nos separar… então precisamos trabalhar muito para derrubar esses muros da injustiça”. Ele repetiu, com ênfase, as palavras de Kennedy: “Paz com justiça”.

Existem diferenças culturais, mas o desejo pela dignidade, justiça e liberdade é universal, disse Obama. Os países desenvolvidos têm a responsabilidade de ajudar os países do Oriente Médio e outros lugares que se esforçam para estabelecer valores sociais, buscando a paz com justiça. “A intolerância gera injustiça”, disse Obama.

No tema das armas nucleares, ele expressou a vontade de “ir além da postura da Guerra Fria”. Ele disse que rejeita o armamento nuclear do Irã e da Coreia do Norte, e quer o desenvolvimento pacífico da energia nuclear. Disse que os Estados Unidos vão sediar uma cúpula em 2016 para proteção de materiais nucleares em todo o mundo e para ratificar um tratado de proibição de testes nucleares.

Sobre o ponto energético, ele disse que os Estados Unidos dobrou a utilização de energia renovável nos últimos anos, mas reconheceu a necessidade de fazer mais.

Obama citou James Madison, um dos fundadores dos EUA: “Nenhuma nação pode preservar sua liberdade em meio à guerra contínua”. Nesse ponto, ele afirma que está determinado a fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, e recebeu os entusiasmados aplausos da multidão. Ele disse que os Estados Unidos devem encontrar um equilíbrio no uso de Drones (aeronaves não tripuladas) e outras táticas.

Ele também citou Martin Luther King Jr..: “A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.”

“Vielen Dank” (agradeço), completou.

A Associated Press contribuiu para esta matéria.

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