O ranking do déficit do orçamento global

26/06/2013 16:29 Atualizado: 27/06/2013 11:18
Christine Lagarde, diretora-executiva do FMI, fala sobre planejamento global no Economic Club em Nova York. Ela reiterou que o FMI apoia a redução do déficit fiscal global em longo prazo sem prejudicar a economia (Emmanuel Dunand/AFP/Getty Images)

Déficits orçamentais têm sido motivo de grande preocupação e os Estados Unidos não estão fora disso, ostentando um déficit fiscal de 5,4% em maio de 2013. Déficits elevados persistentes inevitavelmente geram problemas econômicos. A má notícia: o mundo todo está na mesma situação que os Estados Unidos ou até pior.

Um déficit público ocorre quando um governo não balança suas contas adequadamente, gastando mais do que arrecada. A dívida pública é composta de despesas tais como juros sobre a dívida pública, salários de funcionários, direitos, gastos militares e projetos de infraestrutura.

No entanto, há outras maneiras – além de aumentar impostos – de resolver um problema do déficit, como diminuir os salários dos funcionários públicos, cortar programas e serviços sociais, cobrar taxas maiores por serviços e compras do público. “O ônus da dívida do governo recai sobre os funcionários do governo, os contribuintes e os obrigacionistas. Acima de tudo, a política determina quem arca com os custos”, afirma um artigo no site Dados Financeiros Globais (GFD).

O ranking global

A Organização pela Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD), baseada em Paris, atualizou sua previsão semestral dos déficits orçamentais em porcentagem do produto interno bruto (PIB) de cada país em 29 de maio, mostrando que os EUA não são o país com o maior déficit.

O PIB é um valor monetário dos bens e serviços produzidos num determinado ponto no tempo por um determinado país. O Japão ganhou a honra duvidosa de ser o país com o maior déficit – 10,3% do PIB em 2013 – um aumento de 0,4% dos 9,9% de 2012. Também classificados em situação pior do que os EUA estavam: Eslovênia, Irlanda, Reino Unido, Índia, Espanha, Portugal e Israel.

Os EUA melhoraram de um déficit de 8,7% do PIB em 2012 para 5,4% em 29 de maio de 2013. A OCDE prevê que os EUA desacelerarão e melhorarão apenas 0,1% em 2014. De 37 países, Noruega, República Checa, Coreia do Sul e Suíça tiveram excedentes de 12,3%, 3,3%, 1,4% e 0,7% do PIB, respectivamente; a República Checa é o único a indicar déficit em 2014.

Redução do déficit dos EUA fora de hora

Devido a déficits insustentáveis, os EUA reduziram a diferença com aumentos de impostos e cortes de gastos. No entanto, para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a velocidade dos cortes foi muito rápida. “Na frente fiscal, a redução do déficit em 2013 tem sido excessivamente rápida e mal planejada”, disse o organismo internacional em sua declaração de conclusão sobre os EUA em 14 de junho.

O FMI diz que o sequestro dos EUA (cortes de gastos gerais) está resultando em preços muito altos para o país em termos monetários em curto prazo e também pode afetar as perspectivas futuras de seu crescimento. Os cortes de gastos dos EUA deveriam ter sido cuidadosos e não arbitrariamente selecionados. Tirar o financiamento da educação, ciência e infraestrutura é uma agenda míope, especialmente quando o futuro do país está em jogo.

O crescimento dos EUA deverá abrandar para 1,9% em 2013 devido ao ritmo extremamente rápido da redução do déficit, e deve voltar a acelerar em 2014 para 2,7%. O crescimento dos EUA também encontrará resistência no fraco crescimento global, em parte por causa da redução das exportações.

“Os riscos para as perspectivas parecem modestamente inclinados para o lado negativo, a menos que melhore a situação do desemprego [nos EUA] e que os desempregados de longa data voltem ao trabalho”, disse o FMI em sua declaração final.

Economistas que seguem a escola keynesiana sugerem que o déficit é aceitável durante uma recessão e em períodos de desemprego elevado, a fim de compensar a desaceleração nos gastos discricionários pelo público em geral. Por outro lado, em períodos de níveis satisfatórios de emprego, os governos deveriam então lidar com a redução do déficit, o que na prática raramente acontece.

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