O que pensa o consumidor sobre o retorno das sacolas plásticas

02/07/2012 03:00 Atualizado: 20/08/2012 16:18

A caisa de papelão é uma das alternativas disponíveis nos supermercados para acondicionar compras. (Ticiane Rossi/The Epoch Times)Consumidores em uma cidade no interior de São Paulo falam sobre as sacolas plásticas e das alternativas disponíveis

Os consumidores a partir de 27 de junho, quinta-feira, se deparam com alternativas às sacolas plásticas para acondicionar suas compras no supermercado: caixas de papelão, sacolas retornáveis ou sacolas permanentes.Mesmo sabendo das consequências negativas que o plástico causa no meio ambiente (entupimento de bueiros, tempo de degradação extremamente longo na natureza, manchas no oceano), muitos consumidores acham que a substituição das sacolas plásticas não resolve tal problema de poluição que o plástico causa. Muitas embalagens ainda são ou contém plástico e, mesmo a forma de condicionar o lixo nas residências, é feita normalmente com o uso das sacolinhas.

Em um supermercado na cidade de Itatiba, interior de São Paulo, uma dona de casa, a senhora Cleuza da Silva Faustino, acha que as sacolas plásticas são práticas e têm melhor aproveitamento que as caixas de papelão. Mesmo assim, ela é consciente da importância da reciclagem.

“Eu levo as caixas de papelão todas as terças-feiras lá perto de casa para reciclagem”, disse Cleuza.

O senhor Israel Caldeira da Silva, aposentado, de 80 anos, trouxe sua sacola permanente para fazer compras. Ele disse que em sua casa tem 17 sacolas dessas, pois sempre que vai ao mercado nem sempre carrega uma sacola com ele, então ele compra a sacola para acondicionar as compras.

“Eu concordaria com a substituição das sacolas plásticas se os outros estabelecimentos parassem também de fornecê-las” disse ele a respeito da substituição das sacolas plásticas nos supermercados.

O senhor Israel adotou a sacola permanente para fazer suas compras. (Ticiane Rossi/The Epoch Times)A dona de casa Dirce aparecida de Camargo, de 68 anos tem consciência ecológica e aprovou a substituição das sacolas plásticas. Ela se questiona, porém, da efetividade da ação em prol do meio ambiente.

“Se não tiver sacolas plásticas temos que comprar sacos para colocar o lixo, mas esses sacos não prejudicam da mesma forma o meio ambiente?” questiona Dirce.

Além de concordar com a dona de casa, a estudante de Ciências Contábeis, Margila Juma de Paiva Moraes acha que a educação da população é a chave para resolver o problema do meio ambiente.

Margila acha que os sacos plásticos vendidos para colocar lixo prejudicam a natureza tanto quanto as sacolas plásticas que são fornecidas gratuitamente nos mercados e aponta alternativas em relação ao direcionamento desse lixo.

“Embalagens devem ser recicladas, o óleo de cozinha deve ser recuperado ao invés de ser jogado na pia, etc. A educação e a conscientização da população é o mais importante”, conclui.

O jovem estudante de 16 anos, Roberto Gustavo da Silva observou que no mercado em que estava, as pessoas, mesmo tendo a opção de colocar as compras em caixas de papelão, ainda preferiam usar as sacolas plásticas.

Proferida na segunda-feira passada, 25 de junho, por decisão da 1ª Vara Cível do Foro Central do Estado, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) teve a obrigação de disponibilizar aos consumidores, no prazo de 48 horas, seus estoques de sacolas plásticas para que estes possam acondicionar as compras. Na quinta-feira passada, 27 de junho, o setor supermercadista passou a distribuir sacolas plásticas novamente, segundo o portal de notícias da APAS.