Como a demanda por energia e as crises recentes geram inovações
A novidade da Conferência de Tecnologia Offshore (OTC) de 2011 em Houston, Texas, pode ter vindo de Michael Bromwich, diretor da Secretaria de Gestão de Energia Oceânica, quando disse a audiência, “Nós podemos exercer tal autoridade quando julgarmos apropriado.” O que ele disse foi em referência ao mandado de sua Secretaria para maior fiscalização legal e um processo mais severo na revisão de novos contratos e direitos de perfuração.
Bem-vindo ao novo ambiente regulatório para a indústria conseguido graças ao derramamento de petróleo da BP (British Petroleum) no ano passado.
A novidade poderia ter vindo de Martin Massey, CEO da Companhia de Contenção Marinha, uma nova empresa sem fins lucrativos que as grandes companhias petrolíferas financiaram com mais de 1 bilhão de dólares em resposta a explosão da plataforma de perfuração Deepwater Horizon.
No painel de vazamento de petróleo, o Sr. Massey explicou o que foi feito em menos de um ano, “Estar pronto para responder e controlar com eficácia o próximo incidente”, através da utilização do novo sistema de contenção marinha da empresa, que no momento está sendo contrado por cinco poços de petróleo em mar aberto.
Novamente, a novidade também poderia ter vindo da conferência de imprensa realizada pela Kvaerner ASA, uma grande companhia de engenharia, aquisição e construção, com sede em Oslo, Noruega, em sua de cisão de 8 de julho de 2010 de seu parceiro maior, a Aker Solutions, terminando um casamento corporativo iniciado em 2005.
Ou do novo “centralizador espiral” desenvolvido pela Halliburton, uma subemprenteira do notório poço Macondo da BP. Richard Best, um representante de finanças, apresentou o novo centralizador espiral, que é adaptado em torno do tubo de perfuração como as estrias espirais de um parafuso. O Sr. Best disse, “Os centralizadores espirais foram utilizados na perfuração do poço auxiliar, mas não no Macondo. Eu não sei por quê.”
A Academia Nacional de Engenherios, que publicará seu relatório final em junho de 2011 sobre os achados do vazamento de óleo e da explosão da BP, devem querer saber por que também.
A novidade poderia ser uma observação preocupada do Dr. Michael J. Economides sobre ‘Geopolítica Energética’. O Dr. Economides, um professor de engenharia da Universidade de Houston e autor do “A cor do petróleo”, afirmou que a política energética do Estados Unidos é “disfuncional” e que o gás natural na Rússia, Qatar, e Egito elevaram os preços no futuro próximo, mas geraram “excesso de oferta em uma década”.
Além de entreter a audiência com seu humor autocrítico, o Dr. Economides chamou o etanol de milho uma “fraude”, e insinuou que as energias eólica e solar nunca alcançaram “massa crítica”. Ele também confirmou o trio de combustíveis fósseis, petróleo, carvão e gás, como as “formas de energia dominantes até 2100”.
Resposta tecnológica, o velho e o novo
Dos 2.500 exibidores e mais de 100 mil atendentes da OTC, a maior número desde 1982, as verdadeiras novidades vieram de antigas e novas empresas. Eles comentaram sobre os custos e desafios de uma sede global por extrair mais energia em regiões de difícil acesso, e a necessidade de proteger o meio ambiente. Uma companhia de 150 de extração marinha, a Bornemann Pumps, Inc., anunciou que estava oferecendo seu sistema de extração multifásico, que permite óleo e gás passarem pela tubulação simultaneamente, um aperfeiçoamento para torná-lo um ‘aspirador de pó’ debaixo d’água. O sistema de sucção submarina pode ser baixado até uma ruptura ou vazamento no leito marinho e sugar o óleo-água para ser separado abordo de um navio de extração de petróleo.
O sistema submarino da Bornemann pode bombear 300 mil barris por dia, mais de três vezes a pior taxa de fluxo do poço Macondo.
Um empresa escocesa, Paradigm Flow Solutions, Ltd., apresentou sua tecnologia de tubo-de-pulso que localiza bloqueios nas linhas de fluxo submarina, dutos e conexões umbilicais, enviando pulsos de sonar, para desbloquear o entupimento, dimensionar ou ampliar as artérias de uma plataforma.
O diretor administrativo Rob Bain disse, “A Paradigm está agora desenvolvendo uma nova tecnologia que localizará vazamentos nas tubulações e as vedará. Esse produto está atualmente sendo testado e será lançado em 2012. Parece muito promissor.”
Considerações sobre as tecnologias de vazamento de petróleo
Com todas as novas tecnologias e equipamentos para manter as áreas acima e abaixo da plataforma limpas, uma pequena empresa se destacou com uma série de produtos para lidar com vazamento de petróleo e combustível.
A Plutus Global Technologies, uma nova empresa de 2 anos do Reino Unido, trouxe suas soluções ecológicas para o mercado norte-americano.
Numa entrevista por telefone como o diretor técnico da empresa, Clement G. Wilkinson disse, “A BP aprovou nossos produtos E-Safe como agente de limpeza do litoral nos últimos seis meses, embora fosse tarde para lidar com o incidente do poço Macondo. Feito a partir de surfactantes e emulsificantes de grau alimentício, E-Safe muda a estrutura molecular dos derramamentos de hidrocarbonetos, da contaminação das costas, em terra, na água, depósitos de abastecimento, refinarias, tornando-os inofensivas cadeias curtas uma vez que entrem em contato, e transformando-os em nutrientes que são, então, consumidos por bactérias de ocorrência natural.”
Quando perguntado sua opinião sobre o mau uso da BP e o dano ambiental causado por dispersantes químicos injetados e pulverizados no derramamento de óleo, o Sr. Wilkinson disse, “Dispersantes fazem as emulsões de óleo mais densas, provocando sua submersão.”
Em essência, dispersantes fazem as remediações sancionadas pelo governo mais difíceis de resolver os derramamentos de óleo. Ano passado, os dispersantes falharam em manter o óleo afastado das costas, praias e estuários dos Estados do Golfo.
O Sr. Wilkinson acrescentou, “E-Safe tem avaliação Hazmat 0-0-0. Quando utilizado, ele reduz o risco de incêndio umedecendo o ponto de inflamação. Então, o mercado do E-Safe também atende serviços de emergência em terra, tais como acidentes rodoviários e ferroviários de forma mais eficiente e segura.”
O PRA é outro produto para poços de petróleo da Plutus Global. Ele está sendo vendido a operações de produção e perfuração para tratar parafina, asfaltenos, e problemas de dimensionamento de poços em linhas de fluxo e dutos.
Outro produto, o Sheen Magic (Brilho Mágico), foi desenvolvido para lidar com cursos de água e a indústria de embarcações de entretenimento. “Embarcações de entretenimento tem uma história de usar detergentes (que agem como dispersantes) que são ilegais e perigosos”, disse Wilkinson. “O Sheen Magic quebra os hidrocarbonetos poluentes em nutrientes para microrganismos que ocorrem naturalmente. Ele remedia o problema num tempo incrivelmente rápido. Isso restaura lagos e cursos d’água a sua qualidade pré-contaminação.”
Em relação a atual controvérsia sobre o método de fratura hidráulica, o “fraturamento” de depósitos de gás em solo profundo em formações rochosas de xisto e aos mais 70 produtos químicos usados pela indústria, incluindo muitos químicos produzidos pela Halliburton, a Plutus Global alega ter o produto que ainda estão para trazer ao mercado.
O E-Frac, que está sendo formulado e testado como um produto químico ecológico e menos tóxico, está sendo proposto para permitir o fraturamento de formações de xisto do Texas a Louisiana e da Pensilvânia a Nova York (onde o fraturamento não é permitido). Pretende-se que seja mais seguro e eficaz na redução da impressão química no meio ambiente.
A busca de depósitos de energia e a tecnologia utilizada para extraí-los com segurança em águas profundas e além, seguirão para a Conferência Internacional do Derramamento de Petróleo em Portland, Oregon, em 23-26 maio 2011.
Como um expositor da OTC disse, “Portland pode ser um local pequeno. Mas vai ser mais importante do que Houston.”
Quando jovem, James Ottar Grundvig trabalhou em plataformas de petróleo offshore da Noruega. Hoje ele é um escritor que vive em Nova York.