‘O Hobbit’, a jornada que precede ‘O Senhor dos Anéis’

19/06/2014 20:23 Atualizado: 19/06/2014 20:23

O Senhor dos Anéis ganhou surpreendentes 17 Oscars. É uma das séries de livros mais vendidas. Isso forçou o gênero de fantasia a ser levado a sério em Hollywood.

Por quê? É um dos contos mais poderosos de iluminação espiritual já contados. Veja, o anel significa vícios que têm que ser eliminados, e a jornada para o Oeste … tudo bem, deixa para lá.

O Hobbit é a miniatura de O Senhor dos Anéis. As pessoas deveriam ler antes O Hobbit, e depois, eventualmente, chegar a O Senhor dos Anéis, uma série mais densa. Agora, o diretor Peter Jackson possivelmente deixou O Hobbit ser para sempre considerado uma entrada para o prato principal.

No entanto, esta é apenas a primeira parte. Haverá mais dois. Nós vamos ter que reservar o julgamento por agora sobre se a história completa equivalerá a um menor produto.

O conto é assim: em tempos remotos, o dragão Smaug desceu sobre os senhores anões em seus salões de pedra, quebrou e tirou todas as suas bugigangas de ouro. E regozijou-se por muito tempo.

Esta foi uma situação muito terrível para os anões, pois eles são muito, muito, muito apegados às suas coisas. Eles se preparam então para recuperar seus pertences, mas precisam de um ladrão profissional.

Eles pedem a Gandalf, o Cinzento, para recrutar o assaltante. Ele escolhe Bilbo Bolseiro, um hobbit rico, complacente, exigente, da alta sociedade, completamente inadequado para a tarefa. Gandalf está apostando que Bilbo tem algo escondido em seu interior.

E assim os 13 anões, o hobbit e o mago avançam sobre montes e vales para recuperar o ouro anão. Eles encontram trolls, alguns elfos, gigantes de pedra, duendes, lobos e o Gollum.

O ‘Senhor dos Anéis’ tornou-se tão icônico, e a produção tão inegavelmente definitiva, que muitas vezes parece que O Hobbit é um pouco decepcionante quando ouvem-se personagens grandes (Gandalf, Elrond, Galadriel, Saruman) dizendo frases novas em novas configurações.

Este filme sofre um pouco da fama de O Senhor dos Anéis. Parece que há acenos de fãs acontecendo. “Oh, olhe, eles trouxeram de volta Frodo e Galadriel, e oh, uhuuu! O Gollum!”.

Falando de Gollum, seu papel quase rouba o filme inteiro.

O principal desafio é que O Senhor dos Anéis, como todas as coisas que têm a ver com a iluminação, é solene. Ele foi escrito para adultos. Já O Hobbit é um livro infantil e é muito mais leve, bem-humorado, e caprichoso no tom. Como sincronizá-los estilisticamente, manter o tom sério da antiga, sendo fiel à essência do último? Quando visto com isso em mente, Jackson faz um trabalho certeiro.

Ambos os filmes apresentam coisas mágicas. O Senhor dos Anéis teve muito pouco que irritou em termos de desafiar o fator credibilidade. Mesmo algo tão fantástico como Barbárvore (uma árvore andando e falando), não se destacam como flagrantemente impossíveis.

Em O Hobbit, o mago Radagast foi retratado como um palhaço, ele era mais frio no livro.

Os livros de O Senhor dos Anéis foram escritos em detalhes requintados de tal forma que todas as imagens vieram feitas de antemão, e aparece na tela exatamente como nós todos imaginamos. O Hobbit deixa mais espaço para interpretação, e algumas das cenas perdem um pouco a marca. As cenas fiéis de O Hobbit, no entanto, são consistentes, e os anões são perfeitos.

O novo 3-D pode causar um pouco de enjoo e o efeito da nova tecnologia de 48 quadros por segundo é insignificante. Mas para fins de entretenimento puro, é completamente um passeio.

The Hobbit: An Unexpected Journey
Diretor: Peter Jackson
Elenco: Ian McKellen, Martin Freeman, Elijah Wood, Cate Blanchett, Andy Serkis
Tempo de duração: 2 horas e 49 minutos
Classificação: 3,5