O fundador da pintura tradicional chinesa

08/05/2012 00:00 Atualizado: 08/05/2012 00:00

DIVINO: O pintor chinês Gu Kaizhi retrata um príncipe encontrando uma deusa num rio. (Cortesia de Tony Dai)

Nenhuma das obras originais de Gu Kaizhi sobreviveu até os dias de hoje, mas ele conseguiu alcançar o título lendário de primeiro grande pintor chinês

Gu Kaizhi (345-405) nasceu em Wuxi, província de Jiangsu, e acredita-se ser o fundador da pintura tradicional chinesa. Em 366, tornou-se um oficial do governo e mais tarde foi promovido a oficial real. As pinturas de Gu rapidamente influenciaram significativamente a pintura tradicional chinesa.

Baseado em relatos históricos, Gu produziu mais de 70 pinturas, que incluíam imagens de Buda, figuras humanas, pássaros, animais, montanhas e rios. Nenhuma de suas obras originais sobreviveu até os dias de hoje, mas ele conseguiu alcançar o título lendário de primeiro grande pintor chinês.

A “Ninfa do Rio Luo”, uma das pinturas mais famosas de Gu, é, segundo muitos historiadores da arte tradicional chinesa, uma das primeiras e mais influentes pinturas de paisagens chinesas. Há apenas cinco cópias desta pintura no mundo, duas das mais famosas estão em exposição na Galeria Freer em Washington DC, EUA, e no Museu do Palácio Nacional em Taipei, Taiwan.

O tema da “Ninfa do Rio Luo” vem do poema “Ode à ninfa do Rio Luo”, escrito por Cao Zhi, filho de Cao Cao, durante o período dos Três Reinos. A pintura retrata o encontro entre Cao Zhi e a Deusa Luoshan no Rio Luo. A pintura captura vividamente o humor do primeiro encontro e a eventual separação.

Nesta pintura, Gu atenta às expressões dos sujeitos a fim de transmitir seus espíritos. Também se concentrou na pintura de figuras humanas com sensibilidade e graça, as figuras na pintura são tão delicadas que parecem flutuar sobre a superfície do rolo de papel.

A “Ninfa do Rio Luo” é a que melhor ilustra o dito mais famoso de Gu: “Xing Yi Xie Shen”, que significa: “Em busca do espírito através da aparência externa”. Esta capta a firme convicção de Gu de que há um lado espiritual na pintura que está além do alcance de um artista.