O exoplaneta Gliese 581d poderia sustentar vida, diz relatório

07/04/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 19:48

Impressão artística fornecida pelo Observatório Europeu do Sul. O planeta orbita a débil estrela Gliese 581d, que está a 20,5 anos-luz de distância na constelação de Libra. (ESO/Getty Images)

Como o primeiro exoplaneta terrestre habitável descoberto, o Gliese 581d está longe de ser um paraíso, mas por hora é o que parece se assemelhar mais a Terra.

O planeta rochoso foi confirmado como o primeiro planeta fora do nosso sistema solar que preenche todos os requisitos para sustentar a vida, diz um novo relatório conjunto de diferentes grupos de pesquisa franceses, incluindo o Laboratoire de Meteorologie.

O relatório apresenta evidências de que o Gliese 581d (GJ581d) “terá uma atmosfera estável e água líquida na superfície em função de várias razões plausíveis, tornando-o a primeira super-Terra confirmada (um exoplaneta de duas a dez vezes a massa da Terra) na zona habitável.”

O anúncio veio logo em seguida ao surgimento de um projeto do governo norte-americano que objetiva estudar a possibilidade de habitar novos mundos. Entre as missões do Programa Estelar de 100 Anos estaria o estudo das necessidades de “transformar a humanidade numa espécie de viajantes espaciais”. O projeto foi anunciado pelo DARPA, uma divisão de pesquisa do Departamento de Defesa dos EUA.

De acordo com o relatório sobre o GJ581d, “Ao contrário da maioria dos candidatos planetários, o Gliese 581d está relativamente próximo à Terra…” e poderia se tornar um candidato a primeira colônia fora do mundo.

Suas declarações são baseadas em alguns pontos: o GJ581d é capaz de conter água líquida, acredita-se que a ressonância de marés tenha sido rastreada, e tem “insolação extremamente baixa nos polos e, possivelmente, um lado noturno permanente.”

Descoberto pela primeira vez em 2007, os pesquisadores acreditam que a densa atmosfera do planeta pode criar um efeito estufa. Isto significa que embora o planeta seja principalmente rochoso até então, com algum tempo os seres humanos poderiam transformá-lo num meio ambiente habitável.

Um problema na mistura, no entanto, é o seu lado noturno possivelmente permanente, onde se acredita que gases voláteis congelem na superfície. O risco de colapso poderia “descartar um ciclo totalmente estável da água para uma super-Terra como o GJ581d”, segundo o relatório.

O documento propõe “testes de observação” para verificar se cenários possivelmente mortais apresentariam uma ameaça real para colonizadores.